Em jeito de balanço, Abraão Vicente, que falava à imprensa, no Centro Cultural do Mindelo, considera esse aspecto como um dos “menos bons”, do festival, que teve “algum sucesso”.
“As nossas expectativas era que as escolas e as universidades se mobilizassem mais para tirar proveito de escritores de grande pujança internacional”, ressalvou o governante, que estranha não ter acontecido o mesmo que na edição do ano passado, na cidade da Praia.
Questionado se alguma coisa falhou, o ministro respondeu que não, uma vez que uma equipa veio à São Vicente, meses antes, para se reunir com as universidades e explicar a “importância” dos alunos serem dispensados das aulas.
“Eu creio que os custos do festival justificam essa adaptação nos currículos escolares e Mindelo é a segunda cidade universitária. Fizemos o mesmo na cidade da Praia e houve adesão, com as salas praticamente cheias”, ajuntou.
“É uma pena com que saio deste festival”, lamentou Abraão Vicente, que mesmo assim ressalvou o “núcleo duro”, que participou de todas as salas de debate, com a presença “quase diária” do Germano Almeida, Prémio Camões, e de muitos autores cabo-verdianos.
“Gostaria de ter um encontro com os escritores cabo-verdianos para perceber como podemos desenhar uma terceira edição, que fosse voltada para os escritores cabo-verdianos e podermos, de facto, tirar mais partido desse festival”, adiantou.
A próxima edição do Morabeza terá como palco a ilha do Fogo, com a programação centrada em torno de Ana Procópio, Henrique Teixeira de Sousa e Pedro Cardoso, com as mesas de debate com títulos à volta das obras destes autores.