Hélio foi sempre um lutador, quase que diria: um self-made-man. Procurou sempre aprender (com os melhores, mas também com os erros, que íamos vendo a serem corrigidos) com doses notáveis de humildade, instruir-se, ouvir, participar, enfim…nunca parar. Ora, se imaginarmos tudo isso, embrulhado num enorme amor pelo estilo musical que escolheu para seu parceiro de vida – o RAP – é fácil adivinhar que estaremos perante um músico que só pode ser útil à música. E como teve um papel preponderante na divulgação do Rap em todo o Santiago e ainda em Cabo Verde.
Hélio entra numa nova fase da sua carreira. Junta-se à renomada Harmonia, Lda. e abre logo as portas do seu novo lar, com uma ideia interessantíssima, no que diz respeito ao lançamento do seu último trabalho. Escusado será dizer que com a Harmonia vem o nome de Hernâni Almeida.
Como estratégia, três edicções: 2 singles digitais acompanhados pelos seus respectivos vídeos e um terceiro trabalho - um EP que, para além do último single, trará mais 5 músicas, e que sairá também em formato físico (hipótese de CD e vinil).
O mais belo no EP será a carga emocional que Hélio acrescentará ao trabalho. O EP, para além de homenagear a mulher Cabo-verdiana que luta todos os dias para que não falte o “três-por-dia”. O sacrifício. A lutadora.
Na sequência do single é também enaltecido o mais importante das “rabidantes”, que é na verdade, componente de todas as mulheres: há um lugar dentro delas, onde guardam emoções e sobretudo o amor.
Musicalmente Hélio e o seu produtor acrescentaram sons menos comuns ao nosso RAP, como o violino e o cavaquinho, procurando assim um tipo de fusão que possa vir a se tornar quase que um carimbo do RAP CV. Muito apelo às raízes.
Por tudo isto, depois de ter ouvido os 2 primeiros singles – “Rabidanti” e “Nha Último Karta” - aguardamos pelo terceiro trabalho (EP) que complementará esta tríade.
Para finalizar, e provavelmente por ser o aspeto mais forte de Batalha, nesta sequencia, será obrigatório referir que este EP será dedicado a uma mulher que também lutou na vida, e que é o amor maior de Hélio – a mãe Ana, que como definiu Batalha: “ seu rijo pilar mas tambem o seu doce anjo da guarda”.
Texto originalmente publicado na edição impressa do expresso das ilhas nº 890 de 19 de Dezembro de 2018.