A obra vencedora foi anunciada no dia 5 de Maio - Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP e o prémio será entregue a António Pedro Correia, de 57 anos, durante um evento enquadrado nas comemorações da efeméride a ter lugar nesta quinta-feira, em Lisboa e onde estarão presentes o secretário executivo da CPLP, embaixador Francisco Ribeiro Teles e o director cultural da UCCLA, Rui Lourido, entre outras personalidades.
Sobre a obra premiada diz o júri em nota: “Eis um livro pensado como sucessão de histórias, breves flashes, fotografias intempestivas, confissões ou observações de vozes a braços com a desumanidade, Praças pode ser ou um longo poema narrativo, como se fosse quase poema em prosa, ou é uma realização bem conseguida do conto, ou do micro-conto”.
“A escrita é prensada, curta, incisiva; estilo comedido, de quando em quando irónico”, avalia ainda o colectivo de juízes que viu no estilo e na história contada por António Pedro Correia “uma poética da destruição”.
Para além da distinção de “Praças”, o júri decidiu, igualmente, atribuir duas menções honrosas aos livros “Alexandria”, de João Pedro Morgado Ferreira de Oliveira, de 29 anos, de nacionalidade Portuguesa e residente em Lisboa, e “Cidade de Cinzas”, de José Maria da Silva Nascimento, de 26 anos, de nacionalidade Brasileira e residente em Macau.
O júri destacou, expressamente, duas obras como finalistas: “Espingarda”, de Suélen Dominguês da Silva Oliveira, de 24 anos, autora Brasileira e “Incompletos”, de Diogo Gomes Serôdio, de 41 anos, autor português da Figueira da Foz.
Conforme informação da UCCLA, António Pedro Serrano de Sousa Correia (A. Pedro Correia) nasceu em Angola, em 1961, onde residiu até 1975. Vive, presentemente, na cidade de Lagos, em Portugal. “Tem nacionalidade portuguesa. É artista plástico, dedicando-se especialmente à escultura, à criação de objetos tridimensionais e à área de instalação multidisciplinar. Tem obra dispersa por diversos países. Participou em residências artísticas em Portugal, Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe”
. O livro "Praças" é o seu primeiro trabalho literário publicado e tem, actualmente, um romance em fase de conclusão.
Foram 779 as candidaturas que chegaram à UCCLA provenientes de mais de 20 países dos vários continentes. Dos mais de 700 livros recebidos 469 eram em prosa e 310 em poesia, considerando a organização que com isso se “consolidou como o maior concurso de revelação literária de todo o espaço da Língua Portuguesa, pois só pode concorrer quem nunca editou uma obra literária”.
Os brasileiros (528), seguidos dos portugueses (153), dominaram também nesta edição o número de candidaturas.
O júri desta 4ª edição foi composto pela primeira vez por escritores de todos os Países de Língua Portuguesa: António Carlos Secchin (Brasil), Germano de Almeida (Cabo Verde), Inocência Mata (São Tomé e Príncipe), Isabel Pires de Lima (Portugal), José Luís Mendonça (Angola), José Pires Laranjeira (Portugal), Luís Carlos Patraquim (Moçambique), Luís Costa (Timor), Tony Tcheka (Guiné-Bissau), e pelas instituições parceiras, nomeadamente a Biblioteca Nacional de Cabo Verde, representada por Maria de Fátima Fernandes, o Mov. 2014 e a editora A Bela e o Monstro, representados por João Pinto Sousa, e ainda Rui Lourido, pela UCCLA.
O Prémio Literário é uma iniciativa conjunta da UCCLA, Editora A Bela e o Monstro e Movimento 2014, que conta com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e da Comissão Temática para a Promoção da Língua Portuguesa dos Observadores Consultivos da CPLP.