Há sementes que, com azagua são regadas esperando o brotar do novo.
Noutro cantinho, devagarinho e semente pós semente, azagua ganha “outro” (ou mais um, se assim o quisermos) significado. Sim, continuam a ser sementes plantadas em terra fértil, porém não fertilizada o suficiente, que tem sempre em conta as raízes. Das raízes partem-se para novos sons, com um cunho pessoal forte e próprio, diria até inovador na tal terra fértil.
Sim, falava em sons, música e sentidos. Falava num renascer de novas sonoridades no panorama da música cabo-verdiana. Falava até de uma nova postura, onde os receios de não ser comercial, desaparecem, e a música ganha corpo e independência.
Sim, falo d’Azagua.
Cinco músicos, um grupo. Cinco carreiras numa direcção.
Cada um traz uma marca, uma música. Contudo, quando juntos, não há N’du, Diego, Fattu, Alberto, Nely ou Jorge … há Azagua.
O som de cada um é emprestado ao grupo que musicalmente se vai tornando um caso cada vez mais sério na nossa música.
Lançam agora o primeiro single – e que forma mais eficaz de “valorizarem” toda a música de Cabo Verde e respectiva maneira de estar nela.
Ouvir, será a palavra de ordem. Aguardar, será o desafio para o que vem por ai…
É claramente tempo d’Azagua.
Texto originalmente publicado na edição impressa do expresso das ilhas nº 912 de 22 de Maio de 2019.