O seu estilo e a sua obra, que começaram a ter sucesso na década de 1950, marcaram a música de Cabo Verde nos vinte anos seguintes. Compôs dezenas de mornas, entre as quais se destacam “Eclipse”, “Miss Perfumado”, “Resposta de Segredo Cu Mar” e “Lua Nha Testemunha”, que, diz a lenda, foi composta no leito do hospital, dias antes da sua morte a 14 de Junho de 1958.
Diz também a lenda que muitas pessoas iam ter com o mestre B. Léza para lhe pedir uma morna para a pessoa amada, para uma serenata ou para assinalar um acontecimento. Em questão de dias, B. Léza tinha a obra feita. Moacyr Rodrigues escreve que “influenciado pela música brasileira e argentina – B.Léza – vai enriquecer não só a música com a introdução do meio-tom mas também a letra pelo desenvolvimento de ideias”.
Desde 2017 o dia de nascimento de B.Léza é comemorado como o Dia Nacional da Morna.
Algumas Composições Gravadas
– “Alo alo Sanvicente”
– “Barca Sagres”
– “Bejo d’ sodade”
– “Comandante Duarte Silva”
– “Distino d’homi”
– “Doutor Adriano”
– “Eclipse”
– “Hitler”
– “Isolada”
– “Judith”
– “Lua nha testemunha”
– “Luísa”
– “Mar azul”
– “Miss perfumado”
– “Nossa Senhora de Fátima”
– “Nôte de Mindelo”
– “Oriondina”
– “Resposta d’segredo co mar”
– “Tanha”
– “Terra longe”
– “Trás d’horizonte”
– …
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Obras Publicadas
– Uma partícula da lira caboverdeana (Mornas crioulas inspiradas por saudades, sofrimentos e amores). Tipografia Minerva de Cabo Verde, Praia, 1933.
– Flores murchas. Sociedade de Tipografia e Publicidade Lda, S. Vicente, 1938.
– Fragmentos – Retalhos de um poemeto perdido no naufrágio da vida. Sociedade de Tipografia e Publicidade Lda, S. Vicente, 1946.
– Razão da amizade caboverdiana para a Inglaterra. Rio de Janeiro, s/e, 1950.
– Uma Partícula da Lira Caboverdana – Mornas crioulas inspiradas por saudades, sofrimentos e amores. Lisboa, Editorial Minerva, 2019.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 992 de 2 de Dezembro de 2020.