Diário
«… Hoje, teimosas que estão estas pernas! A paralisia anuncia-se, esperarei em movimento, até que ela chegue. Tenho dificuldades em compreender sintomas como a impressão de pesar tanto como um saco de chumbo. O meu olhar é frontal, o que quer dizer que os amigos passam ao lado, porque os meus olhos deslocam-se para a direita e para a esquerda com imensa lentidão».
O registo segue nesse tom até que em Fevereiro de 2020 Corsino Tolentino lhe coloca um ponto final: «Sinto que tenho mais coisas a dizer e já usei toda a capacidade dos meus dedos para escrever. Porém, ainda não usei todo o meu pensamento!».
Doença do Movimento em Cabo Verde
O registo, conforme seu autor, tem como propósito obter do Estado a assistência possível para o grupo com a doença; estimular a participação pública e privada do cidadão em projectos e programas de pesquisa; ser útil e partilhar a nossa experiência para proporcionar a melhor qualidade de vida aos pacientes e às famílias cuidadoras e estimular a formação de recursos humanos na área de Neurologia.
Com o Prefácio do escritor Germano Almeida, o livro A Vitória é Hoje. A minha relação com a Paralisia Supranuclear Progressiva tem a participação de uma Neurologista falando sobre Doenças do Movimento em Cabo Verde e dois testemunhos de um Professor Doutor em Neurologia e de um médico da Medicina Interna. As filhas, Nancy e Leida assinam os Posfácios. A edição é da Ilhéu Editora, São Vicente.
Apresentação
O livro A Vitória é Hoje. A minha relação com a Paralisia Supranuclear Progressiva é apresentado na próxima sexta-feira, dia 26, no Hotel Praia Mar, antecedido da II Conferência do Projeto DDM–CV sob o tema “Doenças do Movimento em Cabo Verde: Testemunhos e Terapias”. O evento pode ser seguido pela Live streaming na página de Facebook do DDM-CV.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1043 de 24 de Novembro de 2021.