Artigos de Brito-Semedo no nosso arquivo

Repensar a Educação - Crioulo e Português: Pontes do Saber
A construção da cidadania em Cabo Verde está intrinsecamente ligada ao domínio da língua portuguesa, ao conhecimento da história nacional e à valorização da cultura crioula, elementos que definem a identidade do país. Nesse sentido, a herança cultural cabo-verdiana, resultante da confluência de influências africanas e europeias, não só enriquece essa identidade, como também representa um património singular que deve ser preservado e promovido.

Repensar a Educação - Padrões OCDE: Caminho ou Utopia?
Cabo Verde, por intermédio do seu Plano Estratégico da Educação e Ensino Superior 2022-2026, delineia um percurso ambicioso para a transformação do sistema educativo, visando o alinhamento com os padrões da OCDE. Este empenho traduz uma visão inequívoca de progresso, que reconhece a educação como um alicerce indispensável para o desenvolvimento sustentável, a inclusão social e a competitividade económica.

REPENSAR A EDUCAÇÃO: Da Sala de Aula para o Mundo
No seu “Plano Estratégico da Educação e Ensino Superior 2022-2026 – Agenda Reformadora do Sistema Educativo, do Ensino Superior e da Ciência, para a Aproximação e Convergência com Modelos dos países da OCDE”, Cabo Verde expressa uma ambição clara de transformar o seu sistema educativo, alinhando-o com os padrões das nações mais desenvolvidas, especialmente com os países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico).

“Educar é reinventar o futuro”
A nova rubrica “Repensar a Educação” apresenta-se como um espaço de reflexão crítica e de construção de ideias sobre o papel central da educação em Cabo Verde. Mais do que um simples meio de transmissão de conhecimentos, a escola deve ser encarada como um agente de transformação social, formando cidadãos críticos, com acesso a dados fiáveis e instrumentos eficazes, e promovendo o desenvolvimento colectivo. Este projecto visa reavaliar o contributo da escola na sociedade, destacando a aprendizagem contínua como uma ferramenta essencial para enfrentar os desafios de um mundo em constante mudança.

A Emigração para o Sul
A emigração para o Sul é uma parte fundamental da história de Cabo Verde, sendo marcada pelas imensas dificuldades que o povo cabo-verdiano enfrentou, bem como pela sua notável resiliência. As grandes fomes de 1941-1943 e 1947-1948, que causaram milhares de mortes, obrigaram muitos cabo-verdianos a buscar melhores condições de vida fora do arquipélago. Durante a fome de 1947-1948, por exemplo, a ilha de Santiago perdeu 65% da sua população, revelando a gravidade da crise. Este êxodo não foi apenas uma questão de sobrevivência, mas também uma resposta à seca e ao abandono do Estado, que tornavam a vida insuportável para grande parte da população.

Um Olhar Sobre a Identidade Transnacional Cabo-verdiana
DizCorrendo Papai bem dzêm qui raça qui nôs ê, ό pai. Nôs raça ê preto má brónque burnid na vent, ó fidjo, Um geraçôn di tuga co africano. Papai vem dizer-me de que raça é que nós viemos, ó pai. Nossa raça é preto e branco queimado no vento, ó filho, Uma geração de tuga com africano. “Nôs raça”, Coladeira, Manel d’Novas, 1978

Músicas de Sperança pa Cabo Verde
Norberto Tavares, nascido a 6 de Junho de 1956, em Assomada, Santa Catarina, na ilha de Santiago, e falecido a 26 de Dezembro de 2010, em New Bedford, Massachusetts, nos Estados Unidos, é uma das figuras mais emblemáticas da música e cultura cabo-verdiana.

Crónica da Cegonha
Ao André e ao Calutcha, Companheiros de infância

Oswaldo Osório: O Poeta da Luz Interior
Com a partida hoje de Oswaldo Osório, Cabo Verde perde uma de suas figuras mais emblemáticas da poesia e da literatura.

Ordens, Condecorações e Medalhas de Cabo Verde, de Jorge Cólogan
Comecemos por puxar o fio da memória, num retorno aos séculos XVI-XVII, invocando a figura de André Álvares d’Almada (1555–1650), possivelmente o primeiro homem de cor a ser armado cavaleiro, apesar de carregar o “defeito”, à época, de ser filho de uma mãe mestiça.

DizCorrendo: Educação e ensino sem viés ideológico
Está a circular nas redes sociais Instagram, X e Facebook um vídeo [https://www.instagram.com/rapkriolu.frazis/reel/DAaq2WhobXR/] que mostra um grupo de crianças cabo-verdianas a declamar um hino reggae com uma mensagem de cunho nacionalista, pan-africanista e político. Na verdade, o poema foi declamado no programa “Show da Manhã” da Televisão Pública de Cabo Verde [https://www.youtube.com/watch?v=msvavbET0dQ] no dia 14 de Junho de 2024, pelo Grupo Núcleo de Arte Bai Palavra, uma iniciativa de um professor da Escola Capelinha, na Praia.

Kamal Hojeige, A Biografia de um Empresário Investidor
O género literário "biografia" centra-se na vida de uma pessoa, destacando, em geral, as suas contribuições profissionais e o impacto do seu trabalho. Frequentemente utilizado em contextos académicos ou em livros de referência, este género serve para documentar o legado de indivíduos de destaque em diferentes áreas de actuação.

Desenvolvimento das Bibliotecas Públicas e Políticas Editoriais – Desafios e Oportunidades
A promoção da leitura é um factor essencial para o desenvolvimento de Cabo Verde, indo além da simples acumulação de conhecimento e aumento de capacidades. Ler estimula a criatividade, incentiva o pensamento inovador e ajuda a formar uma base sólida para a procura de soluções criativas e eficazes diante de qualquer desafio.

Eugénio Inocêncio, um Combatente por Cabo Verde
Foi com profundo pesar que se recebeu a notícia do falecimento de Eugénio Inocêncio, Dududa, uma figura marcante na esfera pública e cultural de Cabo Verde. Inocêncio, que faleceu aos 74 anos no dia 18 de Setembro em Lisboa, teve uma carreira multifacetada como político, economista, empresário e escritor, deixando um legado de serviço e contribuição à Nação.

Mata-me depois, Livro Premiado de Evel Rocha
Felicitamos o autor Evel Rocha pela conquista do Prémio Literário Arnaldo França, 6.ª edição, agora transformada em livro. Esta é mais uma obra em prosa de ficção de sua autoria, cujo enredo se desenrola na sua ilha natal.

DizCorrendo : Emigração Cabo-Verdiana – História, Realidade e Oportunidade
A emigração está profundamente enraizada na história e identidade de Cabo Verde, devido à sua localização geográfica e condições ambientais adversas, como a escassez de água e as secas periódicas. A necessidade de buscar melhores oportunidades no exterior tornou-se uma constante para os cabo-verdianos ao longo dos séculos.

Construção da Identidade Nacional Cabo-Verdiana
A construção da identidade nacional cabo-verdiana foi um processo progressivo iniciado pela elite letrada e pela imprensa, que divulgou ideias de uma identidade crioula. Desde meados do século XIX, a tipografia e a imprensa periódica tornaram-se vitais para os cabo-verdianos, facilitando a formação de uma consciência de pertença a uma “comunidade política imaginária”, na expressão de Benedict Anderson (1983). A distinção entre “filhos-da-terra” e “reinóis” já era evidente desde o século XVII, alimentando um sentimento de diferença e identidade entre locais e colonizadores.

Insularidade, factor de identidade
É amplamente reconhecido que, em um contexto insular, o espaço físico influencia a economia e molda as características das populações, diferenciando-as das comunidades vizinhas.

Cabo Verde: Singularidade e Particularidade
Encontradas sem populações autóctones em 1460, as ilhas de Santiago e Fogo começaram a ser povoadas por europeus e africanos em 1462. No século XVI estendeu-se à ilha do Maio. Na segunda metade do século XVII, já com filhos-da-terra e gentes-de-fora vindas de Portugal, as ilhas montanhosas e agrícolas de Santo Antão, São Nicolau e Brava avançaram no mesmo caminho. Seguiram-se a ilha portuária de São Vicente, povoada no final do século XVIII, bem como as ilhas da Boa Vista e Santa Luzia. A ilha do Sal completou o ciclo em inícios do século XIX.

Obituário: Alfredo 'Dufega' Machado, intrinsecamente Político
A rapaziada de São Vicente d’outrora, anos 30, 40 e 50, tinha o desporto (golf, cricket, ténis e, sobretudo, futebol, o mais popular) como o seu principal hobby e sua actividade girava à volta da baía, como ship-chandler ou negociante de bordo.
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