“Assumo a responsabilidade de ser um embaixador da música cabo-verdiana”

PorDulcina Mendes,19 dez 2021 8:11

Djodje, que começou a carreira musical aos 12 anos, é hoje um dos artistas mais aclamados dos PALOP. Conta, no momento, com cinco álbuns no mercado.

Aos 32 anos de idade, Dlodje completou 20 anos de carreira e celebrou a data com o álbum “Mininu di Oru”. Numa entrevista por escrito ao Expresso das Ilhas o artista fala do seu novo disco e da sua carreira artística.

Djodje diz sentir-se orgulhoso por estar a fazer aquilo que mais gosta e sabe fazer com mestria. “É motivo de orgulho poder dizer que depois de 20 anos do sonho nascer continuo ainda aqui a fazer o que mais gosto”.

Filho de pais músicos, nascido na Cidade da Praia, desde sempre se interessou pela música, inspirado nos exemplos da sua família e influenciado pelo ambiente em que foi crescendo.

Fez a sua aprendizagem musical de forma natural e progressiva, muitas vezes de forma autodidacta e com ajuda dos seus familiares e amigos, mostrando desde sempre uma natural habilidade para os instrumentos e uma melodiosa voz que foi moldando com o passar dos anos.

Com dez anos formou um conjunto com familiares e amigos, o grupo TC.

No ano 2000, aos 11 anos, Djodje ganhou um concurso de pequenos cantores na cidade da Praia, alavancando a sua carreira para outros patamares.

Em 2001, juntamente com os TC, gravou numa colectânea de Verão a música “Volta”, que se tornou um autêntico “hino” nesse ano, sendo considerada “música do ano” em Cabo Verde e com muito sucesso em Portugal e nos PALOP.

Em 2006, Djodje lança o seu primeiro álbum a solo intitulado “Sempre TC”, em homenagem ao grupo, recolhendo as melhores críticas da imprensa da especialidade em Cabo Verde e não só.

O álbum que contou com a participação de artistas de renome como Don Kikas, Heavy H, os TC, entre outros, proporcionou às pistas de dança africana sucessos como “Tchás Fala” e “Misteriosa”, que o levou a actuar a nível internacional em países como Portugal, Holanda e Luxemburgo.

Em 2007, num regresso esperado, os TC lançaram o primeiro álbum de inéditos enquanto grupo e fizeram concertos tanto em Cabo Verde como no exterior tendo realizado uma tournée por Brasil e Portugal.

Em 2009, Djodje juntou-se ao irmão mais velho (Peps) e ao primo (Ricky Man), também elementos dos TC, e criaram a sua própria editora chamada Broda Music, que editou nesse mesmo ano o álbum do artista Ricky Man, produzido musicalmente por Djodje, disco este, considerado por muitos o melhor álbum de kizomba de 2009.

Em 2010 o artista lançou o seu segundo álbum a solo, “Check-In”, que conta com sucessos como: “Close Your Eyes’’, “Proibido” e “Na Nha Sonho”. Em 2011 Djodje ganha o prémio de melhor Zouk/Kizomba MOAMAS (Museke Online Afrika Music Awards) com a música “Proibido”.

Dois anos mais tarde, lançou o seu 3.º álbum a solo, que conta com grandes sucessos: “Um Segundo”, em parceria com os Ferro Gaita, “Txukinha”, “Nha Música”, “Kriola”, entre outros.

Em 2014, juntamente com Ricky Man e Loony Johnson, lança o single “Uma Chance”, um grande sucesso em Portugal e Cabo Verde.

Este ano (2021), Djodje lançou o seu mais recente álbum, intitulado “Mininu Di Oru”. A chegada desse álbum veio celebrar os seus 20 anos de carreira.

Além do novo álbum “Mininu Di Oru”, da sua discografia constam outros trabalhos como “Sempre TC” (2006), “Check-in” (2010), “Feedback” (2013) e “Newborn” (2019).

Sobre a sua carreira musical, Djodje afirma que vê com bons olhos tudo o que tem conseguido ao longo desses anos. “Tendo em conta que ao longo desse tempo tenho conseguido cumprir os meus objectivos e sinto que a minha carreira está bem sólida”.

Em 2017 esgotou o Coliseu dos Recreios, uma das maiores salas de espectáculo da capital portuguesa. “Em 2017 tive a honra e o prazer de pisar o Coliseu e esgotá-lo num concerto em nome próprio e, com certeza, é algo que me vai marcar para sempre”.

E já em 2019 também esgotou o Campo Pequeno. Em relação à Altice Arena, o artista assegurou que é uma meta que quer alcançar mas “tudo a seu tempo”.

“Mininu Di Oru”

Em relação ao seu novo disco, Djodje explicou que tem tudo a ver com o reflexo do carinho das pessoas que o acompanham desde criança na música e “também assumo a responsabilidade de ser um embaixador da música cabo-verdiana e dar o meu máximo para elevar a nossa cultura”.

Este disco, conforme o artista, demorou nove meses, o tempo da gestação de uma criança. Para Djodje é uma grande coincidência. “Este disco celebra os meus 20 anos de carreira. Comecei em 2001, juntamente com os TC, com a música `Voltá` e 20 anos depois tenho Mininu di Oru”.

Djodje conta que durante todo esse tempo muita coisa mudou na sua vida e os objectivos também. “Consoante alcanças um surgem sempre outros”.

Este disco contou com participações de artistas como Deejay Télio, Julinho KSD, Irina Barros, o conceituado artista da Guiné-Bissau Manecas Costa, o português Syro ou o grande nome do hip hop brasileiro Emicida.

Djodje diz que neste novo trabalho está mais maduro, mais eclético mas ao mesmo tempo com um estilo mais Afro Pop, e “também podem sentir que não foi um trabalho de uma só pessoa, é um trabalho de equipa”.

“Vuvuza”

O artista está em Cabo Verde numa festa que Broda Music está a promover que é intitulada “Vuvuza”, cujo espectáculo teve início no sábado, 4, no espaço Tchida Arena, na ilha do Sal.

No dia 10, “Vuvuza” esteve na ilha do Fogo, e no dia 11, a Cidade da Praia recebeu este espectáculo. E esta sexta-feira, 17, “Vuvuza” estará na ilha de São Vicente. Já no dia 18, Djodje tem agendado um show no concelho de Porto Novo, Santo Antão. 

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1046 de 15 de Dezembro de 2021. 

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Autoria:Dulcina Mendes,19 dez 2021 8:11

Editado porSara Almeida  em  18 set 2022 23:28

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