Segundo informações veiculadas na passada semana em primeira mão pelo site expresso.pt, o documentário da autoria da realizadora portuguesa Ana Sofia Fonseca traz imagens de arquivo nunca antes vistas, gravações inéditas e testemunhos únicos, que prometem revelar a intimidade do nome maior da World Music.
“Documentário emocionante e surpreendente, que nos leva ao mais íntimo e desconhecido da cantora que levou Cabo Verde ao mundo”, lê-se em comunicado, citado pelo expresso.pt.
“A voz de Cesária não deixa ninguém indiferente, a sua história também não. Sem levantar bandeiras, lutou a vida inteira contra preconceitos, conquistou um dos maiores luxos dos nossos dias – ser apenas ela própria. Em Cabo Verde ou em Hollywood, Cesária foi sempre a mesma pessoa”, considera a realizadora e jornalista, citada pela mesma fonte.
O documentário é o culminar de uma vontade de «há muito», disse a realizadora à agência Lusa, acrescentando que o facto de ter casa no Mindelo, muito perto da de Cesária, também levou a que não deixasse a vontade por concretizar.
O site brasileiro oglobo.globo.com escreve que a realizadora portuguesa Ana Sofia começou a rodar o documentário em 2018, durante o Carnaval do Mindelo, mas a maior parte do filme é de cenas de antigas gravações de colaboradores de Cesária, um material que exigiu meses de perseverança e paciência da realizadora.
“Eu passei um ano sem conseguir nada de diferente. Muita gente me dizia que não havia nada inédito. Em Cabo Verde, as pessoas não tinham acesso a câmaras. Depois de algum tempo, encontrei sacos de gravações em Mini-DV (um formato de vídeo popular antes da era dos smartphones) com um músico que tocou com ela e com o José da Silva (empresário). A gente também encontrou vídeos com um militar português que tinha filmado a viagem a Cabo Verde. Chegamos nele a partir de uma foto ao lado da Cesária”, contou Ana Sofia ao online brasileiro.
Cesária com Compay Segundo
As imagens do passado, conforme a mesma fonte, incluem o encontro de Cesária com o cubano Compay Segundo, num estúdio em Havana, para um dueto. A cena mostra o estranhamento entre a dupla e a dificuldade para encontrarem o tom correcto em “Lágrimas negras”. No fim, os dois aparecem abraçados no sofá, e Cesária pergunta se eles podem sair para um encontro “mais tarde, mais tarde”.
Em Nova York, continua o jornal brasileiro, ela aparece como convidada do programa de David Letterman. Em Los Angeles, na véspera de uma apresentação lotada no Hollywood Bowl, a cantora manda levarem uma panela de cachupa (prato típico de seu país) e diz: “Não tem um cabeleireiro cabo-verdiano aqui? Os americanos não vão entender meu cabelo”.
A distribuição mundial do documentário “Cesária Évora” está a cargo da Cinephil/WestEnd Films, mas ainda não há data prevista para a estreia em Portugal… nem em Cabo Verde.
“Cesária Évora” entre 75 estreias mundiais”
“Cesária Évora” junta-se a outras 75 estreias mundiais, numa programação que não se cingirá à apresentação de longas-metragens.
Do festival norte-americano farão também parte novos videoclipes (há 24 estreias anunciadas), séries de televisão (entre episódios e episódios-piloto, são 17 as novidades) e 29 projetos de XR Experiencie (categoria que junta a realidade aumentada, realidade virtual e realidade mista).
Todas as categorias serão elegíveis para prémios do público, específicos de cada seção e os vencedores do SXSW Film Awards serão anunciados na terça-feira, 15 de Março, juntamente com todos os vencedores da competição nas suas respectivas categorias de exibição.
*Com Agências
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1058 de 9 de Março de 2022.