Que o grupo agrada a um espectro grande de ouvintes pelo seu pop simpático, emotivo, redondo com temas que vieram ao longo dos tempos marcando merecidamente presença em todos os tops mundiais - (quem não gosta, sobretudo do enorme “Parachutes” que abriu o ano 2000, mostrando que chegava um grupo que não deixava muitas dúvidas que palcos mil seriam deles) é uma certeza. Contudo, bebo na mesma certeza - se o grupo tem toda a música que tão bem trabalham para oferecer, o público tem a mesma vontade de a receber. A intensidade das setas e sentidos é a mesma.
Assim, a palavra que encontro para este tipo de diálogo entre grupos e fãs só pode ser beleza mágica que, obviamente, a música proporciona, ou melhor, sempre proporcionou desde o seu aparecimento…
Mesmo desviando aqui do aspecto mais artístico, sei por colegas meus que em Coimbra já se aumentam os lugares nos hotéis, hostels e pensões. Os restaurantes já se preparam não só com espaços alternativos, mas também com programações de stock e …enfim, é a música a fazer mexer a economia, ou se preferirmos – o negócio.
Contudo, se os particulares se elevam para responder e fazer negócio, não menos esforço faz a Câmara de Coimbra que acompanha a par e passo a oportunidade que viu em ter a sua cidade durante quatro dias a ser directamente falada em Portugal e indirectamente no mundo inteiro. Desmancha-se em apoios a acções para receber os quatro espetáculos dos Coldplay
Sempre foi assim e continuara a ser - quando as apostas são consistentes e onde a planificação significa união é oportunidade certa para as autarquias e consequentemente para a cidade. Assim como acima referi que os músicos oferecem o que o público quer – a música, aplica-se aqui a mesma fórmula: tudo resulta quando os produtores oferecem à cidade, que é representada pela autarquia, espetáculos ou festivais musicais que na verdade vêm embrulhados em desenvolvimento da urbe. Como disse, acredito que a intensidade das setas directivas, serão certamente de intensidade idêntica….
Recorrendo à palavra acima referida – união – haverá estado maior que a música na sua essência proporciona?
Certamente que não.
Por tal, que os homens assim a vejam e não como qualquer outro tipo de significado que não seja o de união, prazer e em última instância e para olhares que desta justificação necessitem - sim…como um fortíssimo produto comercial que atrai gente através da emoção. Que faz movimentar o negócio, quer seja com grupos e festivais nacionais, quer seja com o passar de grupos estrangeiros pelos países em tournées ou não.
Aqui para os nossos lados – obviamente qua o rodapé deste artigo não poderia deixar de ser uma frase tão repetida, mas nem sempre seguida e que lapidarmente diz que a “música é a nossa principal bandeira – interior e exterior”. Portanto que assim o seja, de todos e sobretudo para todos, teoricamente e sobretudo na prática, pois se assim for – hotéis se encherão, restaurantes se ampliarão e a magia da música encantará certamente - pois isto ela faz sempre, pois só dela depende.
Como proposta de audição deixo então aqui o já velhinho “Parachutes” dos Coldplay que, ao que parece, já estão a ser preparadas edições especiais e acredito que homenagens ao disco que realmente marcou a história da música e que vai fazer 25 anos.
Voltando às ilhas para terminar – mesmo aqui ao lado, bem juntinho – temos um disco na nossa história musical que foi absolutamente marcante e que este ano fez 40 anos – “Ó Mundo Ka bu Kaba “ dos Bulimundo…
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1084 de 7 de Setembro de 2022.