Responsáveis reconhecem patamar elevado a que o batuco chegou, mas reclamam falta de verbas

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,31 jul 2023 15:31

​O presidente da Fundação Batuco, Bob Mascarenhas, e a batucadeira do grupo Mondon, Ivone Martins, reconheceram que o batuco hoje, está num patamar muito alto, mas reclamaram a falta de apoio financeiro e o valor que realmente merece.

Estes responsáveis falaram à Inforpress, no âmbito do Dia Nacional do Batuco, que passou a ser comemorado a 31 de Julho, desde 2021, com o objectivo de reconhecer a sua importância enquanto Patrimônio Nacional, além de louvar os intérpretes e aqueles que ajudaram na criação do universo cultural diversificado que expressa, no batuco, a alma cabo-verdiana. 

Para Bob Mascarenhas, este primeiro género musical tradicional de Cabo Verde, representado na maioria por mulheres, está actualmente num patamar muito alto, uma vez que, afirmou, existem grupos em quase todas as ilhas, com excepção de quatro.

“Temos um grupo no Fogo, cinco na ilha do Maio, quatro na Boa Vista, um na ilha do Sal, tirando Santiago que é mãe, sem contar a nível da África e Europa. As ilhas que ainda não tem, são São Vicente, Santo Antão, São Nicolau e Brava”, indicou, tendo assegurado que hoje, onde há um cabo-verdiano, existem grupos de batuco.

O presidente da Fundação Batuco sublinhou ainda que em qualquer tipo de actividade o batuco está presente porque este género tornou-se num elemento fundamental para o turismo em Cabo Verde.

“Para verem o patamar em que está e onde as batucadeiras já levaram o batuco. É muito importante para o País e hoje temos de dar às mulheres o mérito do batuco, porque temos 99 por cento (%) de mulheres no batuco e 1% de homens, de modo que todo este trabalho feito é graças às nossas mulheres”, enalteceu.

Daí que este responsável defendeu mais verbas destinadas aos fazedores do batuco por considerar que nem o Governo, através dos Ministérios da Cultura e das Indústrias Criativas, do Turismo, e do Instituto do Património Cultural (IPC), nem a Presidência da República e as empresas tem estado a dar o devido valor que o batuco merece.

“Falamos do Ministério da Cultura, não há uma verba destinada ao primeiro género musical cabo-verdiano. Hoje, querendo ou não, o batuco está na moda e batuco é alma do nosso povo”, disse, argumentando que o Ministério da Cultura disponibiliza anualmente 10 mil contos para o Carnaval, e para o batuco, que tem marcado presença todo o dia, ano inteiro, não há nenhum centavo”.

Por isso afirmou que há uma “discriminação forte” a nível do batuco, sendo a missão da Fundação Batuco defender este género, bem como as mulheres que tem estado a labutar para que o batuco não morra.

Por sua vez, a batucadeira do grupo Mondon, de Achada Eugénio Lima, Ivone Martins, também é da opinião de que o batuco está numa fase avançada, daí que a seu ver tem faltado apoios por parte do Governo e de instituições para fortalecer este género.

“Mas as batucadeiras e pessoas que estão à frente estão focadas para lutar pelo batuco até onde for possível. Por isso agora passamos a organizar os nossos próprios eventos, como o festival do batuco”, assegurou.

Por outro lado, esta batucadeira manifestou o desejo de ver o batuco melhor representado a nível internacional, tendo em conta a sua importância, pedindo apoio neste sentido.

No âmbito do Dia Nacional do Batuco, a Cidade Velha acolheu no sábado, 29, um festival do batuco organizado por grupos oficiais, em parceria com a autarquia local, e na Cidade da Praia estava prevista a realização de um outro festival com diferentes batucadeiras da ilha de Santiago, mas devido a situação meteorológica o evento foi adiado.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,31 jul 2023 15:31

Editado porAndre Amaral  em  31 jul 2023 18:54

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