Livro sobre pesca artesanal em Cabo Verde da autoria de João José Semedo Lopes é apresentado esta quinta-feira na Praia

PorAntónio Monteiro,8 fev 2024 10:54

É lançada esta quinta-feira, 8, na Praia, a obra A Pesca Artesanal em Cabo Verde: o caso do litoral da Praia e a sua relação com o turismo da autoria do sociólogo João José Semedo Lopes. A apresentação estará a cargo de Jacinto Santos.

Este livro, cujo lançamento está enquadrado no Dia Nacional do Pescador que se assinalou no dia 5 de Fevereiro,  é resultado da tese de dissertação do autor realizada no âmbito do Mestrado na área do Património, Turismo e Desenvolvimento, na Universidade de Cabo Verde. Tem como objectivo geral analisar a pesca artesanal, e ver, se for complementada ou integrada no Turismo, como poderá propiciar uma melhor qualidade de vida aos pescadores da Cidade da Praia e às suas famílias, através do desenvolvimento socioeconómico das comunidades de pesca artesanal da zona Brasil, Achada Grande-Frente e Achada Grande-Trás.

“De um modo global, pode-se dizer que a pesca artesanal é uma actividade que tem contribuído para o desenvolvimento socioeconómico das comunidades piscatórias do litoral da Praia, particularmente para a melhoria da qualidade de vida dos pescadores artesanais e respectivas famílias. Esta afirmação resulta da opinião veiculada por 98,6% dos pescadores entrevistados, ao declararem que a pesca tem melhorado a sua vida”, afirma o autor ao Expresso das Ilhas.

Relativamente à ligação da pesca artesanal com a indústria turística, João José Semedo Lopes (Emiliano) defende que esta actividade além de trazer rendimento, emprego e melhoria da qualidade de vida das populações locais pode proporciona aos turistas a possibilidade de contactar com a «cultura local» e com os lugares distintos da sua residência habitual.

“O turismo de pesca atrai milhões de viajantes ao redor do mundo. Hoje, Cabo Verde está sendo procurado por esse tipo de turismo que tem crescido como actividade desportiva nos últimos anos e esse segmento de mercado tem-se destacado como opção de lazer. É uma prática onde o pescador realiza pesca recreativa, devolvendo os peixes para o meio ambiente após a fisgada”, escreve o autor na nota introdutória do livro.

Sector da pesca, responsável por um volume significativo de receitas

O sector da pesca, observa o autor, para além do abastecimento do mercado interno e da importante contribuição para as exportações, é responsável ainda pela entrada de um volume significativo de receitas, em virtude dos acordos que Cabo Verde mantém com a União Europeia e outros países, designadamente a China, para que os respectivos barcos possam pescar nas suas águas.

“São Vicente é a ilha que representa o maior potencial para o desenvolvimento do sector, contando, nomeadamente, com as principais infraestruturas do país em termos portuários, de reparação naval, de armazenagem e refrigeração”, explana.

“Com esta contribuição, Cabo Verde ganhou em termos de conhecimento científico que, certamente, servirá de subsídio para a elaboração de políticas públicas mais eficazes para o desenvolvimento das pescas. Da leitura pode-se facilmente entender a dinâmica das pescas no país, os aspectos institucionais, assim como as especificidades da pesca do local de estudo escolhido, que é o bairro da Achada Santo António, especificamente, a zona do Brasil, onde se encontra a maior comunidade piscatória da Cidade da Praia. Brasil é uma zona que, tradicionalmente, se desenvolveu em torno das actividades piscatórias e da comercialização do pescado”, escreve o prefaciador do livro, o professor universitário António Baptista.

O autor

João José Semedo Lopes nasceu na Cidade da Praia, a 24 de Junho de 1975. É licenciado em Sociologia pela Universidade Nova de Lisboa, onde terminou o curso, em 2002, como Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian e mestre na área do Património, Turismo e Desenvolvimento, pela Universidade de Cabo Verde, em 2014.

A nível profissional, como técnico superior, trabalhou no Instituto Cabo-verdiano da Criança e do Adolescente (ICCA). Em 2017, foi nomeado Presidente da Fundação Cabo-verdiana de Solidariedade, até à sua extinção. Foi assessor pela área de promoção de investimentos, para depois assumir a função de vereador da Câmara Municipal da Praia, no mandato (2012-2016). Foi Director do Grupo Parlamentar do MpD, e, actualmente, é assessor do mesmo grupo.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1158 de 07 de Fevereiro de 2024.

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Autoria:António Monteiro,8 fev 2024 10:54

Editado porDulcina Mendes  em  9 fev 2024 8:21

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