A programação do Grito Rock Praia foi apresentada esta terça-feira, 27, numa conferência de imprensa que contou com a presença dos parceiros do evento, o Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas e a Câmara Municipal da Praia.
Após quatro anos sem realizar o Festival Grito Rock Praia, devido à pandemia da COVID-19, a produtora Artikul CJ anunciou a 8 ª edição de um dos eventos que faz parte da agenda cultural da capital do país.
Orçado em cinco mil contos, a organização só conseguiu 2.260 contos, por isso tiveram que fazer uma produção mais reduzida.
Segundo César Freitas, sócio da Artikul CJ, produtora do projecto Grito Rock Praia, o evento colaborativo que nasceu em 2013 cresceu e é hoje uma marca da cidade e do continente.
“O Grito Rock Praia tem grandes referências e já tivemos colaborações de diversas entidades e bandas querendo fazer parte deste certame”, realça César Freitas.
Afirmou que o programa do Festival Grito Rock Praia 2024, por limitações financeiras, terá apenas três temas. “A 8ª edição, por limitações financeiras, que nas edições anteriores era feita com sete a oito temas, este ano teremos apenas três temas”.
O Festival arranca, no dia 20, com Grito Cinema, um evento que terá lugar, na Praia, no Centro Cultural Português, às 19h00.
“A seguir, no dia 21, teremos o Grito Encontro, que é um intercâmbio de artistas e convidados, onde haverá troca de experiências e conhecimento, que será realizada no pátio da Câmara Municipal do Praia, com participação de artistas tradicionais e de escolas”, informou César Freitas.
O terceiro dia do programa será dedicado ao Festival Grito Rock Praia, que acontece no dia 23 de Março, em frente à Escola Grande, na Praça Luís de Camões.
Este evento, como nos anos anteriores, será gratuito e terá início às 17h00 e terminará à meia-noite”.
Tó Tavares é o homenageado
A edição deste ano vai homenagear uma personalidade que tem dado o seu contributo para a música de Cabo Verde. “Este ano, prestaremos homenagem ao professor da escola de música Pentagrama, Tó Tavares. É um reconhecimento pelo mérito e contributo que tem dado às crianças, e não só, a vários artistas de Cabo Verde, a vários instrumentistas, através da iniciação musical com a sua escola. Temos artistas de renome que saíram desta escola”, destaca César Freitas, acrescentando que Tó Tavares continua a fazer um belo trabalho na promoção da cultura cabo-verdiana, e a ensinar música através de instrumentos acústicos ou eléctricos.
Este ano, o Festival Grito Rock Praia contará com actuação de quatro bandas, sendo duas nacionais e duas de Portugal. “Devido a limitações financeiras, o evento contará com quatro bandas musicais. Teremos as bandas The Source e Archipelse de Cabo Verde; de Portugal teremos as bandas Viralata e Serrabulho”.
Campanha ambiental
Após as actuações das bandas, seguir-se-á uma campanha ambiental. “É pela terceira vez que teremos uma campanha ambiental na Praia, no Grito Rock. O primeiro foi sobre o lixo, o segundo sobre as árvores e o terceiro é sobre o mar”.
“Somos 99% mar. Os cabo-verdianos são pessoas do mar, somos filhos do mar, temos uma responsabilidade para com o nosso oceano. Então, a nossa ideia é cobrir quatro temas: a poluição, a sustentabilidade, a protecção de tartarugas e a protecção de baleias”, indicou César Freitas.
Conforme disse, durante o Grito Rock vão falar do ambiente marinho. “Teremos biólogos e associações ambientalistas como nossos parceiros e como a família de mar como Lantuna, Associação Caretta Caretta e os Nadadores Salvadores da Praia”.
De recordar que o Grito Rock Praia teve a sua primeira edição em 2013, colocando Cabo Verde e África na rota deste Festival Internacional de Música Alternativa, nascido no Brasil.
Desde então, tornou-se um marco cultural, promovendo a diversidade musical e celebrando a rica herança artística de diferentes origens e é considerado um espaço de partilha de experiências e troca de conhecimentos entre produtores, músicos, artistas, criadores, pensadores de Cabo Verde e do mundo.
Durante as sete edições anteriores passaram pelo palco do Grito Rock Praia mais de 50 bandas de música alternativa, entre nacionais e de outros países como Portugal, Brasil, Angola, Espanha/Canárias, Alemanha, Equador e Marrocos.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1161 de 28 de Fevereiro de 2024.