Numa nota a autora explica que o livro tem como objectivo dar continuidade à sua primeira obra, que fez a narrativa da primeira fase do “Campo de Concentração do Tarrafal ou Campo da Morte Lenta (1936-1954)”.
Segundo Nélida Brito, o nome “Campo de Trabalho de Txon Bon (1961-1974) - Tarrafal de Santiago - Cabo Verde”, poderá parecer uma designação simples e directa, mas que está carregado de grande significado e simbolismo.
Para a escritora este livro é um importante resgate da memória da resistência africana face ao colonialismo português, porque fez-se a análise de dezenas de depoimentos escritos produzidos por outros investigadores e, sobretudo, através de entrevistas orientadas pela autora a ex-presos, que nunca tinham tido a oportunidade de testemunhar a situação vivida nas prisões políticas nos territórios de origem e no Campo de Trabalho de Txon Bom.
As entrevistas foram realizadas aquando das suas deslocações à Guiné-Bissau, Angola e Cabo Verde, que serviram para completar, enriquecer e actualizar as informações desta prisão política localizada no Tarrafal.
Conforme disse, a narrativa contida no livro é relevante porque contribui para uma maior compreensão da História Concentracionária experimentada no Tarrafal de Santiago, em Cabo Verde.
A autora dedica esta obra aos ex-presos, “porque foram eles que deram a sua juventude e vida para que hoje fossemos livres e independentes. Por isso o livro é direcionado sobretudo para os ex-prisioneiros e seus familiares e para a camada jovem que está ávida em saber sobre os tempos sombrios do Tarrafal”.
Na qualidade de docente numa universidade cabo-verdiana disse que sente isso quando aborda o tema nas aulas leccionadas aos jovens alunos sobre o que se passou verdadeiramente no Campo de Trabalho de Txon Bon (CTTB).