Numa nota enviada pela embaixada de Cabo Verde em Portugal, a autora explica que o livro procura enquadrar a diversidade de expressões presentes na obra do artista e apontar as camadas de sentido que contribuem para a sua construção.
“Dino D´Santiago é um dos grandes nomes da música portuguesa contemporânea. Amplamente distinguido pela crítica nacional e internacional, o músico revela um percurso artístico que traça paisagens representativas da sua identidade e reflecte as formações sociais e históricas em que surge”, refere a autora.
Conforme relata, o livro é mais que um autorretrato de Dino D´Santiago, “a sua música é uma interpretação e representação colectivas”.
“Enquanto epicentro da sua criação, a Lisboa que Dino denomina de ´Nova´ destaca-se pela diversidade de fluxos e pela singularidade dos encontros que motiva a reinterpretação dos vínculos entre Portugal e Cabo Verde. A Lisboa multicultural espelha a visão do músico sobre uma cidade enquanto lugar diluído de fronteiras que anuncia a ideia de que todos são parentes, uma visão que estimula a criação de um espaço onde a tradição e a inovação coexistem e se alimentam mutuamente”, cita.
Na sua página na rede social, Facebook, Dino D´Santiago considera que “Funaná is the new Funk” não é sobre ele. “É sobre os que vieram antes de nós e sobre os que virão depois, inspirados por esta jornada, para que nunca mais tenham de caminhar sozinhos”.
Catarina Barros Silva é doutoranda em História Contemporânea na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, onde desenvolve o projecto “Sons da Memória, Vozes da História". Génese, movimento e consolidação das cenas musicais angolanas na contemporaneidade portuguesa (1992-2022)”, com o apoio da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).
É colaboradora do Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória (CITCEM), no qual integra o grupo Pessoas, Mercados e Políticas. É ainda mestre em Estudos Africanos e em História da Arte, Património e Cultura Visual, além de licenciada em Filosofia.
Catarina Barros tem interesse pela investigação histórica e cultural que correlaciona Portugal e África, particularmente as dinâmicas angolanas expressas através da música, que se afirmam e consolidam no contexto português.