Para João Ima Panzo, os 35 anos do IILP, que se celebram em 01 de Novembro, devem ser, assim, "um momento de reflexão”, considerando que o instituto "sobreviveu" e não pode "negar-se a sua existência”.
O responsável referiu a importância que o IILP tem na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) para a concretização de um dos seus objectivos centrais, “a promoção e difusão da língua portuguesa", um "elemento de união” entre os Estados-membros da organização.
O instituto viveu "ao longo do tempo, com alguma resiliência, como é claro”, desenvolvendo “um papel muito importante, na promoção e difusão da língua portuguesa e na formação de professores para português, como língua não materna, pelo mundo fora (…), não só da CPLP, o que demonstra a sua vitalidade”, acrescentou.
Agora, o IILP, com sede em Cabo Verde, “tem desafios que carecem de mais investimentos”, defendeu, adiantando que os Estados-membros “têm consciência" dessa necessidade para a promoção e difusão da língua portuguesa.
O instituto goza de personalidade jurídica e é dotado de autonomia científica, administrativa e patrimonial, é um instrumento da CPLP para a gestão comum da língua, envolvendo todos os Estados-membros da organização, e são estes que, com as suas quotas, suportam o seu orçamento anual de funcionamento e que, com contribuições voluntárias, ou, pontualmente, através do Fundo Especial da CPLP, financiam projectos concretos do instituto, explicou Ima Panzo.
O director de Acção Cultural e Língua Portuguesa da CPLP considerou ter havido nos últimos anos “um investimento crescente” dos Estados-Membros para projectos concretos do IILP, mas que “não é suficiente”.
Já no que respeita ao orçamento anual do IILP, à semelhança do que se tem passado com o do secretariado-executivo da CPLP, “há mais de 15 anos que não tem alteração, há um crescimento zero”.
Na prática, tem havido “o investimento possível”, mas há “todo o interesse dos Estados-membros em investir no IILP e em aumentar esse investimento à medida das suas possibilidades”, acrescentou.
O responsável elogiou a forma como o IILP soube sempre, ao longo de 35 anos, “fazer a melhor utilização dos recursos à sua disposição”, razão pela qual obteve “resultados muito positivos" para o pilar da promoção e difusão da língua portuguesa.
Porém, no futuro, o instituto deve ter “um papel (…) bastante activo, sem se desfocar da sua essência, que é a promoção e difusão da língua portuguesa” e isso “requer mais investimentos”, insistiu João Ima Panzo.
O IILP deve centrar-se “na produção de instrumentos de interesse comum [dos Estados-membros], que reflictam em certa medida esta visão pluricêntrica da língua portuguesa”, ou seja, em que as realidades sócio culturais de todos os países da CPLP “possam estar reflectidas em instrumentos didácticos para o ensino de professores e de jovens e adultos desejosos de aprender português”, considerou.
Mas, ao mesmo tempo, deve também reforçar a sua acção “num contexto extracomunitário", incluindo "em países onde haja uma diáspora significativa de Estados-membros da CPLP" e "actuar com maior intensidade", além de “ampliar a sua capacidade formativa”, defendeu
Este "reforço de capacidade do IILP” é para Ima Panzo “desejável para que possa aumentar o volume da sua actividade, quer em quantidade quer em qualidade" porque "há uma relação directa” entre o investimento e os resultados possíveis.