O Festival de Fado chega à sua 15ª edição este ano, trazendo uma homenagem ao centenário de Carlos Paredes, um dos mais importantes e influentes músicos portugueses do século XX.
Com a co-produção de Aldo e Bom Som e Everting is New, na Praia, além dos concertos de Teresinha Landeiro e Bernardo Couto, haverá ainda uma conferência. A programação inclui ainda o cinema com o documentário “Movimentos Perpétuos”, de Edgar Pêra.
Segundo uma nota enviada, ao longo de três dias, o festival oferece ao público cabo-verdiano uma viagem pela alma do fado e uma oportunidade de celebrar a língua e a cultura portuguesa, em diálogo com o nosso património musical e afectivo.
Esta primeira edição em Cabo Verde vai trazer como grande destaque a jovem fadista Teresinha Landeiro, que apresenta ao público cabo-verdiano o seu mais recente álbum, “Para dançar e para chorar”, num concerto muito especial marcado para o dia 11 de Setembro, no Auditório Nacional Jorge Barbosa.
Com uma carreira sólida apesar da juventude, Teresinha tem vindo a afirmar-se no panorama do fado contemporâneo como intérprete e compositora, pisando palcos de referência como o Centro Cultural de Belém, a Casa da Música, e festivais internacionais na América Latina e Espanha.
Com o seu estilo marcante e inovador, a artista cruza o fado com influências do pop e do folclore, sem perder a essência tradicional. O álbum que traz à Praia inclui colaborações com António Zambujo e o brasileiro Jota.pê, explorando novas sonoridades e consolidando a sua identidade artística.
No dia 12, será apresentado o documentário “Movimentos Perpétuos”, de Edgar Pêra, no Centro Cultural Português da Praia. O documentário está dividido em 17 “movimentos” que nos revela, através de testemunhos e de música, uma homenagem à vida e obra do músico Carlos Paredes.
Edgar Pêra conjuga a recolha de vários testemunhos com imagens de arquivo e utiliza a própria “narração” do guitarrista, a partir de outras entrevistas e da gravação de um concerto em 1984 na cidade do Porto, para construir e expor visualmente o talento, a simplicidade e o virtuosismo que definiram todo o trajecto pessoal e musical de Carlos Paredes.
Com a obra “Movimentos Perpétuos”, Edgar Pêra recebeu os prémios para Melhor Longa-Metragem, Melhor Fotografia para Longa-Metragem Portuguesa e Prémio do Público, no Festival Indielisboa de 2006.
No dia 13 de Setembro será a vez de Bernardo Couto se apresentar no Centro Cultural Português da Praia, para um concerto / conferência, dedicado ao mestre da guitarra Carlos Paredes, Bernardo Couto, começou a aprender a tocar guitarra portuguesa aos 13 anos com o guitarrista e compositor Carlos Gonçalves.
Na Escola de Música do Conservatório Nacional, completou o 7º Grau dos cursos de Guitarra Portuguesa e Formação Musical. Estudou ainda com Pedro Caldeira Cabral, Paulo Parreira e Ricardo Rocha.
“Tem um percurso como acompanhador tocando com vários artistas tais como: Raquel Tavares, Camané, Ana Moura, e mais recentemente com Cristina Branco, António Zambujo e Rão Kyao. Vem a Cabo Verde para apresentar um concerto/ conferência de homenagem a Carlos Paredes”, cita a mesma fonte.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1239 de 27 de Agosto de 2025.