TEARTI: Organização fala em espectáculos de qualidade e aumento de público

PorDulcina Mendes,31 out 2024 14:14

A VIII edição do Festival de Teatro do Atlântico (TEARTI) terminou no sábado, 26, com a peça “Caminhos do Cordel”, do grupo brasileiro Depois das 5. O festival teve como lema “Mind Setting”, em homenagem ao actor Álvaro Cardoso. Numa conversa com o Expresso das Ilhas, o actor e director de produção do TEARTI garante que esta edição teve espectáculos de qualidade e uma grande afluência do público.

Jailson Miranda disse que o festival foi muito bom, pela qualidade dos espectáculos que foram apresentados e pela afluência do público que foi superior aos anos anteriores.

“Conseguimos apresentar todos os espectáculos que tínhamos na programação, estamos a cumprir também com a qualidade que é importante, preferimos sempre dar ao público, espetáculos com qualidade”, garante.

Em termos de organização disse que tudo aconteceu lindamente, em todos os espectáculos. Quanto à adesão do público, sublinhou que foi melhor que nos outros anos, porque tiveram sempre salas cheias.

“E notável que a cada ano, as pessoas estão a se interessar mais para os espectáculos, e quando me perguntam como avaliar a adesão do público nos espetáculos da Praia, digo sempre que o público só vai muito aos espectáculos, quando lhes demos muitos espectáculos”, assinala.

Jailson Miranda frisou que tivemos a desistência apenas de um artista de Angola, mas é por questão de agenda, mas em relação aos outros espectáculos cumpriram com a programação. “Não tivemos alteração de datas, nem de hora, então cumprimos com a programação”.

Bilheteira

Em relação à bilheteira, afirma que todos os anos decidem vender os bilhetes, mas quando chega o festival desistem. “Este ano, optamos por não vender os bilhetes, porque a maioria dos espetáculos aconteceu no Centro Cultural Português, e ali têm a política de não venda de bilhetes, é sempre gratuito”.

“A venda ou não dos bilhetes, é uma decisão que sairá da própria organização, depois vamos ver se há essa necessidade de cobrar para os espectáculos, mas a meu ver é importante que as pessoas paguem, para ajuda os artistas, pois eles vivem disso, se pagarmos teremos a oportunidade de colaborar com algum subsídio ou algum cachê, mesmo que for simbólico para o artista que vem participar”, realça.

Grupos nacionais

Este ano, disse que não conseguiram trazer muitos grupos nacionais que costumam trazer, porque decidiram ter representações de Barlavento e Sotavento. “Do Barlavento trouxemos o grupo de São Vicente 50 Pessoa, que fizeram um espectáculo maravilhoso e o público adorou. E o Centro Cultural Português estava completamente cheio.

“E tivemos representação de Sotavento, com o grupo Raiz di Polon da ilha de Santiago. Este ano no festival incluímos uma oficina que foi co-financiada pela Fundação Gulbenkian, teve uma atriz portuguesa que esteve no festival no ano passado e este ano esteve como formadora e ministrou aquela oficina/workshop”, acrescenta.

Mas em alguns espectáculos que precisavam de actores para completar o elenco, disponibilizaram alguns elementos do Fladu Fla para participar.

Cinema

Neste festival indicou que conseguiram introduzir o cinema, por isso o lema deste ano foi “Mind Setting”, porque quisemos com isso chamar a atenção para tudo que é factor para despertar para este mal silencioso, ou essa doença silenciosa. “E bom reforçar nesta chamada de atenção para a depressão e escolhemos este lema”.

E dentro dessa ideia, disse, que a companhia de teatro de Chão de Oliva, de Sintra (Portugal) criou um filme que se chama “Mentes que sentem”, e esse filme fala de depressão. “É um trabalho que foi feito em Portugal, em Sintra, com pessoas que vivem na pele, e outro que ainda não está curado da doença e foi em homenagem ao actor Álvaro Cardoso que morreu no mês de Abril deste ano”.

A homenagem foi feita no festival. “O próprio festival no geral é todo ele em homenagem a Álvaro Cardoso”.

Para o actor, à medida que o tempo passa estão a ganhar mais maturidade. “O festival está a ganhar notoriedade. E estamos a ver passos claros que, quanto mais primamos pela qualidade, mais conseguimos vender o festival”.

Além dos espectáculos, a organização cria sempre momentos de convívio entre os participantes. “Temos sempre a preocupação de fazer momentos de convívio com os participantes, para terem momentos de partilha, de criar conexões, e isso serve tanto para nós que somos organizadores e para o próprio artista que vem participar, que às vezes surge oportunidade de trabalho, onde sai algo maravilhoso”. 

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1196 de 30 de Outubro de 2024.

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Autoria:Dulcina Mendes,31 out 2024 14:14

Editado porAndre Amaral  em  21 nov 2024 10:20

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