O protocolo assinado entre a Direcção Geral do Desporto, em representação do Ministério do Desporto, e as representações das modalidades que irão participar dos XIº Jogos CPLP é apresentado como uma “aposta forte do governo de Cabo Verde” com vista á competitividade do desporto e dos atletas nacionais. O documento prevê a disponibilização de um milhão e trezentos mil escudos a cada modalidade para os preparativos que incluem uma semana de estágio na Cidade da Praia, antes da partida para São Tomé e Príncipe, sendo o orçamento global da participação do país no evento de 17 mil contos.
Serão seis a modalidades com que Cabo Verde irá competir - Atletismo (Masculino/feminino-M/F); Atletismo Para Portadores de Deficiência; Basquetebol (F), Futebol (M), Taekwondo (M/F) e Voleibol de Praia (M/F) – tendo escolha destas sido definidas pela organização. A comitiva nacional será composta de 69 agentes desportivos, incluindo 46 atletas, 11 treinadores e 1 árbitro, 9 dirigentes (seis das federações e três do Ministério) e ainda três agentes de saúde.
Segundo o director geral do Desporto, Anildo Santos, as federações das modalidades estão neste momento a fazer trabalho de prospecção de jovens atletas em todas as ilhas e por isso “fizemos questão de dar-lhes todas as condições”.
“O trabalho está a ser feito a tempo e horas e vamos ter uns grandes Jogos”, prognosticou, realçando também que este evento tem dado “muitos frutos a nível da competitividade desportiva”, com vários jovens atletas nacionais que participaram a fazer carreira nas selecções e não só.
Para Rodrigo Bejarano, que falava em representação dos dirigentes das modalidades contempladas no protocolo, “ o momento é importante para nós, especialmente porque já trabalhamos nos Jogos há alguns anos e por ser um trabalho com grupos de atletas jovens “que são o futuro do desporto”.
“São jogos políticos mas, nós das federações temos outros interesses: colocar os nossos atletas jovens em competição em condições muito competitivas e que serão aproveitadas ao máximo” bem como as oportunidades de intercâmbio e conhecimento do que estão a fazer os outros países da CPLP, disse ainda.
Bejarano pede a colaboração de todos para uma participação bem sucedida mas esclarece que o resultado a nível de medalhas não é tao importante quanto os objectivos que cada uma das delegações têm, que são “o intercambio e, repito, colocar os atletas em condições competitivas que lhes permita crescer até o nível desejado”.
Cabo Verde, que já organizou por duas vezes o encontro desportivo da lusofonia, vai apoiar São Tomé e Príncipe na sua estreia enquanto país anfitrião, nomeadamente através do envio do seleccionador nacional do basquetebol, Emanuel Trovoada, para ministrar formações a agentes desportivos daquele arquipélago irmão na referida modalidade.
“São Tomé e Príncipe realiza pela primeira vez os jogos e está a fazer um grande esforço, e nós estamos com eles desde a primeira hora”, declarou Anildo Soares que também informou que no programa da participação da comitiva nacional estão previstos momentos culturais e encontro com a comunidade cabo-verdiana residente naquele país com o qual tem uma forte ligação histórica.
Cabo Verde, refere-se, já realizou e recebeu em 2002 na cidade da Praia, e em 2016
na ilha do Sal os Jogos da CPLP - que se realizam com um intervalo bianual desde 1992 - cujo objetivo máximo é a promoção e o reforço da solidariedade entre os povos dos Estados membros da CPLP.