Para o presidente do Instituto do Desporto e da Juventude, Frederic Mbassa, a qualificação da selecção cabo-verdiana de andebol é um feito inédito na história do desporto colectivo em Cabo Verde, pois é a primeira vez que uma modalidade colectiva do desporto se qualifica para um mundial.
“Para nós, enquanto serviço central do desporto é uma honra e uma mais-valia participar neste mundial. Demonstra claramente que nós temos talento e que com trabalho, com afinco, com solidariedade, programação e organização chegaremos aos grandes palcos internacionais”.
Aliás, este é, como frisou, um dos objectivos do Instituto – trabalhar junto das federações para que Cabo Verde consiga atingir grandes palcos desportivos.
Para apoiar a selecção cabo-verdiana de andebol na campanha egípcia, o Instituto do Desporto e da Juventude assinou um protocolo de cooperação com a Federação Cabo-verdiana de Andebol que visa assegurar os encargos logísticos e financeiros para a participação da selecção cabo-verdiana no país das pirâmides.
Missão Cabo Verde no Mundial – Egipto’2021
Por outro lado, Instituto do Desporto e da Juventude lançou a campanha Missão Cabo Verde no Mundial – Egipto’2021 “Dez Ilhas, um Sonho” cujo objectivo primordial é criar a onda “Cabo Verde no Mundial – Egipto’2021”, promover o país e o andebol cabo-verdiano, a partir de um grande evento desportivo mundial, consolidar a nossa posição nos circuitos continental e mundial de andebol e valorizar o desporto nacional.
“Dez Ilhas, um Sonho significa unir todas as ilhas e também a diáspora em torno de uma missão e de uma representação ao mais alto nível da nação cabo-verdiana na modalidade do andebol masculino seniores. Significa proporcionarmos todas as condições à selecção para que possa representar bem alto o nosso país e também esta modalidade”, ressalta o presidente do IDJ.
Neste sentido, Frederic Mbassa anunciou que o Instituto está a trabalhar a nível das instituições nacionais e com parceiros estrangeiros para assegurar todo o apoio à selecção nacional.
“Neste caso temos o Instituto Português do Desporto e da Juventude que nos tem apoiado imenso e estamos a trabalhar agora com várias empresas nacionais para a mobilização de todos os recursos para a participal da selecção nacional de andebol neste mundial”, frisou.
“É importante que toda a nação se una à volta da selecção”
Frederic Mbassa está confiante numa boa prestação da selecção nacional no mundial do Egipto e acredita que o combinado cabo-verdiano tem condições para competir com os melhores do mundo. “Já lá estamos, temos talento, temos condições, temos pessoas bem qualificadas à frente da federação cabo-verdiana de andebol e da selecção. Vamos acreditar que realmente conseguiremos competir ao mais alto nível. Para isso é importante que toda a nação se una à volta da nossa federação e da selecção”, motivou.
Quem também se mostrou convicto de uma boa prestação da selecção nacional é o presidente da Federação Cabo-verdiana de Andebol. Para Nelson Martins não se trata de uma missão impossível, pois a selecção qualificou-se por mérito próprio para a maior competição mundial da sua modalidade.
“Estamos lá por mérito próprio”
“Não é uma missão impossível. Estamos lá por mérito próprio, defrontamos os melhores da África; nos sete jogos que jogamos defrontamos os dez melhores no ranking da África. Só não jogamos contra Angola, que é a sexta melhor selecção da África, e contra o Egipto, actual número três. Jogamos contra todas essas equipas e ficamos em quinto lugar”, lembra Nelson Martins.
A 27ª edição do Campeonato do Mundo de Andebol Seniores Masculinos realiza-se no Egipto, nas cidades do Cairo e Alexandria, entre os dias 13 e 31 de Janeiro de 2021. Terá a participação de 32 países, sendo transmitido para todo o mundo via vários canais televisivos.
A selecção crioula está inserida neste mundial no Grupo A em que figuram as equipas da Alemanha, Uruguai e Hungria contra a qual fará o seu baptismo de fogo no dia 15 de Janeiro.
Segundo a organização, as três primeiras equipas de cada grupo de quatro num total 24 permanecem na prova principal, enquanto as últimas oito selecções baixam à Copa do Presidente.
Nelson Martins observou que apesar de estar inserida num grupo com equipas de nível mundial, a selecção nacional não vai ao Egipto para ver a banda passar. “O facto de sabermos que temos equipas fortíssimas no nosso grupo, não nos tira o desejo de competir. Não vamos ao Egipto servir de saco de pancada, vamos levantar os braços, vamos atacar, vamos defender e praticar o nosso andebol. Seja o que for o resultado, não vamos só para participar”, garantiu o presidente da Federação Cabo-verdiana de Andebol.
Fredy Wilson dos Santos, um jovem lateral esquerdo que milita do Atlético Clube do Mindelo, é um dos cinco jogadores residentes convocados pelo seleccionador nacional para o estágio em Portugal que decorre de 2 a 8 de Novembro de preparação para o campeonato do mundo.
Este jovem promessa do andebol cabo-verdiano acredita que vai fazer um bom estágio e quiçá integrar a equipa que irá ao mundial do Egipto.
“Para mim é a realização de um sonho poder participar na maior prova do andebol mundial. É um grande orgulho estar na pré-selecção e irei dar o meu melhor para poder fazer parte da lista final dos convocados”.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 987 de 28 de Outubro de 2020.