Segundo Orlando Mascarenhas (2020), depois da criação do Sporting Clube de Cabo Verde, a vigésima filial do Sporting Clube de Portugal, alguns anos depois, por volta dos anos 40, o clube entrou em inatividade e quase extinção. A nível da competição desportiva, já fazia muitos anos que o clube não competia, restando naquele tempo, somente os estatutos de 1923, data da fundação formal do clube.
Entre 6 meses a 1 ano, depois da reativação do Rápido Clube da Praia, houve uma grande mudança de pensamento dos seus responsáveis.
Joaquim Ribeiro e Cândido Vasconcelos, dois dos mais conceituados dirigentes desportivos no período e dos maiores da história de Cabo Verde, queriam que, para além da fusão, a nomenclatura fosse alterada.
Para eles, os nomes Rápido Clube da Praia e Sporting Clube de Cabo Verde, não correspondiam com a fusão dos dois clubes, o que levou à alteração do nome Sporting Clube de “Cabo Verde” para Sporting Clube da “Praia”, dando assim o nome do clube à cidade onde se deu a efeméride.
Curiosamente nos inícios dos anos 50 (1951-52-53 e 54), período da fundação do Sporting da Praia, houve um clube português que na mesma época fizera grandes temporadas, conquistando títulos e campeonatos na Metrópole (Lisboa-Portugal).
O Sporting Clube de Portugal realizava a sua melhor prestação de sempre na primeira liga. Na verdade, era um rolo compressor e sagrava-se tetra campeão de Portugal de 1950-51 a 1953-54. A febre era muito grande e chegara também ás províncias Ultramarinas e Cabo Verde não foi exceção.
Devido à generalidade dos dirigentes do Rápido serem apoiantes e adeptos do Sporting de Portugal, como eram os casos de Cândido Vasconcelos e Joaquim Ribeiro, foi decidido, em reunião, fazer a fusão do extinto Sporting Clube de Cabo Verde, recorrendo aos seus estatutos de 1923, adicionando aos estatutos do Rápido Clube da Praia também desde a data da sua fundação, dando assim em 1952 a fundação do Sporting Clube da Praia, fruto da junção dos dois clubes, formado na maior parte por dirigentes de profundo afeto ao Sporting Clube de Portugal.
Mascarenhas (2020) reforça a sua argumentação afirmando que era uma combinação entre a “Plebe” constituída pela classe social mais pobre, que eram os jogadores, e a classe elitista que era formada por dirigentes influentes na vida social na cidade da Praia e em Cabo Verde naquele período.
E fruto desta junção, fora criado a partir dali, mais do que um clube, uma instituição séria, comprometida com o futebol, mas também com o homem, com uma cultura semiprofissional ou profissional, ideologia consagrada por Quim Quim Ribeiro e Cândido Vasconcelos, onde a dignidade humana era também um cartão de visita para quem ali jogasse, criando condições favoráveis para a empregabilidade dos atletas, onde muitos conseguiram um trabalho digno após chegar ao clube leonino, filosofia que até os dias de hoje se perpetua. E assim formou-se uma equipa, forte, unida, arrasadora e vencedora ao longo dos tempos.
E assim deu-se a criação do Sporting Clube da Praia!!!!!!!