Em conferência de imprensa realizada hoje na sede do clube Paulense, na cidade das Pombas, os cinco clubes acusaram o presidente da AFRN-SA de “contradizer” de uma forma “menos da verdade”, quando disse na imprensa que os clubes não votaram contra o arranque da época futebolística 2020/2021.
Adilson Melício, presidente do Paulense, que falava em nome dos outros clubes – Janela, Foguetões, Beira Mar e Torriense -, afirmou que todos os votos foram expressos e com declarações de cada equipa sobre o sentido do seu voto.
“Vamos manter a nossa posição de não participação e realização do campeonato por questões sanitárias, tendo em conta, a pandemia da covid-19 que não envolve somente os atletas. Envolve as direcções, equipa técnica, todo o ‘staff’ da produção da alimentação de todos os atletas que vão participar no campeonato”, afirmou.
“Por isso tivemos também um encontro com as câmaras municipais do Paul e da Ribeira Grande e autoridades sanitárias onde constatamos que em nenhum momento iriamos conseguir cumprir com todas as recomendações para a realização da época futebolística 20/21”, acrescentou Adilson Melício.
A mesma fonte salientou que foi um “espanto total” para os clubes, principalmente os do Paul, que não tinham conhecimento do arranque da competição na zona Norte de Santo Antão.
“Somo sócios efectivos e ficamos surpreendido quando o presidente da AFRN-SA disse na imprensa que numa reunião com a Câmara Municipal da Ribeira Grande ficou decidido que haveria competição”, asseverou Adilson Melício, que elucidou que a câmara é um colaborador da AFRN-SA e não um órgão da associação.
Neste sentido, o presidente do clube Paulense afirmou que os clubes – Paulense, Janela, Foguetões, Beira Mar e Torriense – se sentiram “maltratados”, “desrespeitados” pela direcção da AFRN-SA.
“Vamos pedir uma sessão extraordinária porque entendemos que a associação já não nos representa. Não tem a confiança dos clubes e com isso pedimos a destituição do presidente da AFRN-SA pois não revemos nessa direcção”, frisou o presidente do Paulense.
Adilson Melício pontuou que desde a tomada de posse da direcção da AFRN-SA “nunca foi realizado uma assembleia-geral para apresentação de contas”.
“Nunca foi convocada nenhuma assembleia para decidir sobre o que passa na nossa região desportiva, nunca apresentaram as contas, nem o relatório das actividades. Estas são feitas em reuniões com a direcção e não em assembleia que é um órgão competente para deliberar sobre todos os aspectos”, denunciou Adilson Melício.
Por sua vez o presidente do Torriense, Carlos Bartolomeu, vai mais longe dizendo que os clubes que queriam participar do campeonato foram “chantageados” por “cifrão”.
“Antes tínhamos um subsídio de 100 mil escudos e agora passou para 150 e nós que ficamos com dívidas avultadas sem qualquer recurso aparentemente ficamos numa situação ao Deus dará”, afirmou Carlos Bartolomeu, que questiona porquê, quando foi suspenso campeonato regional os clubes tinham dificuldades e dívidas só receberam um subsídio da Câmara Municipal da Ribeira Grande de 100 mil escudos.
“Agora prometem dar 150 contos e federação oferece álcool gel e mascara quando recebem subsídios da FIFA e da CAF e nós ficamos numa situação de pedinte”, observou o presidente do Torriense.