Se quisermos identificar qual o país mais eficiente (ou seja, qual o país que consegue alcançar o sucesso desportivo utilizando as fontes (a nível macro) disponíveis), então devem ser consideradas diferenças de população, riqueza e outras circunstâncias económicas, políticas e sociológicas. Podemos afirmar que existem políticas que são mais eficientes na produção de capacidade de ganhar medalhas. É evidente que o estabelecimento de tais critérios é praticamente impossível, isto pela simples razão de que nem sequer estamos conscientes de todos os fatores que influenciam o sucesso desportivo. O sucesso desportivo internacional, tanto no verão como no inverno, é determinado por mais de 50 % pelas determinantes acima referidas.
Muitos destes fatores podem não ser controlados pela política, o que pode ser um argumento para utilizar então avaliações relativas de sucesso. No fim, o que conta é o número absoluto de medalhas ganhas e não importa quão ricas ou grandes nações sejam. Assim, as nações com melhor desempenho são então as nações com maior número de medalhas. As medidas tradicionais, como as tabelas de medalhas, têm uma função em termos de serem facilmente compreendidas para entender o desempenho real. No entanto, é possível que medidas de desempenho baseadas em medalhas deem resultados contraditórios relativos ao desempenho de uma nação.
Determinar o sucesso depende da finalidade para o qual o ranking é feito. Por conseguinte, deve ser ponderada uma perspetiva alargada destas medidas de sucesso, a fim de tirar conclusões significativas sobre a relação entre as políticas desportivas de elite e o sucesso desportivo internacional.
Além de levantar as questões ligadas à quantificação e classificação do desempenho das nações, podem igualmente ser discutidas outras medidas de sucesso. Outra questão que pode ser levantada é a do impacto das políticas para os sistemas de desenvolvimento desportivo de elite a serem monitorizadas e avaliadas no futuro. A competição pelo sucesso no desporto de elite está a aumentar. Mais nações estão a adotar abordagens estratégicas para o desenvolvimento de atletas de elite e, como resultado, um número crescente de nações desenvolveu uma capacidade genuína de ganhar medalhas.
Contudo, a capacidade de ganhar medalhas, levanta outro tipo de questão que normalmente é branqueada pela (por vezes falsa) afirmação internacional de um país. As medalhas podem ter um efeito importante na coesão nacional e igualmente na motivação para a ação. O sucesso de pouco serve se tivermos aquele que é o elemento central do desporto – o atleta – num vazio de significado social e na qual não cumpre o seu papel integral de construção positiva do processo de cidadania.
Atletas vencedores, mesmo em países eficazes no sucesso desportivo, se não tiverem o reconhecimento, apoio e uma ação social válida, apenas vão ter utilidade para a construção da sua própria personalidade (caso ela não sai no fim frustrada por uma vida de falso sucesso dedicada ao desporto, mas vazia de significado social).