Contudo, paira sempre a dúvida do desenrolar da situação e da possibilidade de propagação do covid19 na Vila Olímpica durante os Jogos. O COI tem em todo o caso insistido que o processo de testes é o mais rigoroso possível. Foram feitas várias alterações na Vila dos Atletas para garantir que os atletas não se cruzem, incluindo as restrições sobre quanto tempo os participantes podem permanecer antes e depois da competição.
O grande teste de stress para a Vila dos Atletas está a acontecer agora na medida que as chegadas prosseguem antes da Cerimónia de Abertura, na sexta-feira (23 de julho), antes do início oficial da competição. Os voos continuam a ser uma área amplamente fora do controlo dos organizadores, com atletas, funcionários e representantes dos órgãos de comunicação social a passarem horas juntos em espaços confinados em companhias aéreas comerciais.
Existe uma vontade clara de não excluir os atletas da competição com base no facto de poderem ser considerados um contacto estreito, o que significa que as quarentenas duras de 14 dias são essencialmente inviáveis. Igualmente, os organizadores não podem ser vistos como simplesmente acenando através de atletas para competir que podem ter sido expostos ao COVID-19 devido ao risco que podem representar, embora reconhecendo as preocupações compreensíveis da população japonesa. Foi notável que o tema dos contactos estreitos foi abordado em dias consecutivos pelos órgãos de comunicação locais.
O COI, tentou dar garantias aos atletas e ao público japonês, e insistiu que os atletas considerados contactos próximos teriam de seguir regras estritas, mas produzir testes negativos dentro de seis horas permitir-lhes-ia participar em competições. Dado que 18.000 pessoas chegaram até agora em julho para os Jogos, estimando-se que estejam envolvidos cerca de 59.000 pessoas acreditadas, existe um trabalho de grande rigor a ser realizado.
Ultimamente temos assistido um sensacionalismo mediático a volta deste assunto. Os órgãos de comunicação social estão a reportar (ao dia de hoje) que mais de 70 atletas dentro da Vila Olímpica testaram positivo. Nada mais falso, visto que (na altura que escrevo este artigo) apenas 3 atletas testaram positivo e já estão sobre medidas de isolamento (mesmo que assintomáticos).
A listagem de 68 pessoas diz respeito a casos positivos a pessoas ligadas aos jogos desde dia 1 de julho (23 dias). Muitas destas pessoas são chamados “contractors”, que são nada mais nada menos que pessoas que podem ocupar posições de auxílio (como varredores de rua, distribuidores e seguranças, por exemplo) e quase na totalidade deles já residentes no japão (sem possibilidade de entrada na Vila Olímpica).
O ambiente dentro da vila é de segurança, felicidade e alegria. Mesmo existindo o risco de propagação da doença, as medidas de proteção são do mais rigoroso possível. Existem testes diários a mais de 16.000 pessoas, mais de 80% dos participantes estão vacinadas e existe uma contingência para a situação decorrente.
Neste momento, o que devo afirmar é que os Jogos Olímpicos estão a permitir reter várias aprendizagens (que de outra maneira não seria possível) e que mesmo existindo riscos a probabilidade de ter uma situação descontrolada é residual. Vamos a jogo.