A atribuição desta condecoração acontece no âmbito da visita de cinco dias que José Graziano da Silva realiza a Cabo Verde para participar no Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSAN) da CPLP, que se realiza segunda-feira, 16, e da XII Conferência de Chefes de Estado e do Governo da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa, prevista para 17 e 18 deste mês, na ilha da ilha do Sal.
Em declarações à imprensa, após ser condecorado pelo Chefe de Estado, Jorge Carlos Fonseca, José Graziano da Silva disse que recebe essa distinção com “grande orgulho” e que a medalha representa o reconhecimento do trabalho que a FAO tem feito no arquipélago há mais de 40 anos.
“Recebo a medalha em nome da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação e dos meus colegas especialmente Maria Helena e Nono Remy que foram encarregados de levar adiante essa cooperação”, sublinhou José Graziano da Silva que agradeceu ao Presidente da República pela sua liderança e pelas políticas de segurança alimentar e de prevenção da seca implementadas no país.
Na ocasião afirmou que os governantes não podem evitar uma seca, mas podem evitar que esse flagelo se transforme em fome, mortes de animais e emigração forçada de pessoas que não têm como sobreviver.
“A FAO é uma agência de cooperação técnica e não um banco, e desde 2012 contribuímos com cerca de 15 milhões de dólares para apoiar os programas de Cabo Verde, e se dividirmos esse montante pelo número de habitantes dá uma média de mais de 4 mil dólares per capita a ano. Se considerarmos que o país paga 7 mil dólares por ano para ser membro da FAO é um grande investimento, ou seja, melhor do que encontrar petróleo”, constatou.
Para José Graziano da Silva, Cabo Verde representa um “exemplo” de que é possível evitar que uma seca termine em fome, daí a continuidade desse apoio.
Cabo Verde depara-se com a pior seca dos últimos anos, cuja estimativa é de afectar 17.200 famílias, cerca de 62% das famílias rurais, e tem em curso um plano de emergência de mais de 7 milhões de euros para mitigar os efeitos da seca e do mau ano agrícola.