Belarmino Lucas fez essas declarações ao ser ouvido no final da tarde de ontem pela Comissão Especializada de Finanças e Orçamento (CEFO) sobre a proposta de lei do Governo que cria o Fundo Soberano de Garantia do Investimento Privado.
“Há muitos investimentos que necessitam de financiamento que só conseguiram obter fora do país porque o nosso sistema financeiro interno tem limitações que não nos permitem chegar a determinados tipos de financiamentos, nomeadamente, por serem financiamentos de grande vulto. Então, o empresário tem, por exemplo, de ir lá fora”, explicou.
O presidente do CCB que o fundo soberano poderá vir a dar um contributo “muito importante”, em termos de melhoria de percepção do risco do país e, por isso, tornar “mais suaves” as condições em que os empresários cabo-verdianos conseguem obter financiamento.
“Tudo isto é um ‘puzzle’, essas são peças de um ‘puzzle’ maior. Temos outros instrumentos de financiamento que temos estado a discutir e, em colaboração com o Governo, têm vindo a ser postos à disposição”, acrescentou a mesma fonte.
Refira-se que o Governo pretende extinguir o International Support For Cabo Verde Stabilization Trust Fund, que tem como passivos os chamados Títulos Consolidados de Mobilização Financeira.
Uma vez extinguido o Trust Fund, o dinheiro que está lá, contrapartida dos passivos que configuram os TCMF, serão transferidos para o chamado Fundo Soberano de Garantia do Investimento Privado.
Na segunda-feira, sobre o mesmo assunto, a CEFO ouviu o governador do Banco de Cabo Verde (BCV), João Serra, que afirmou que a criação do fundo soberano de garantia irá, num primeiro momento, impactar o aumento da dívida pública, impacto que poderá, segundo argumentou, ser desfeito com a emissão dos chamados Títulos de Rendimento de Mobilização do Capital (TRMC), propriedade do fundo soberano.
Outras figuras serão ouvidas nos próximos dias, entre elas o vice-primeiro ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia.