Alexandre Monteiro falava aos jornalistas à margem de uma conversa aberta sobre “As oportunidades de emprego no sector de energia no contexto de transição energética”, que decorre na cidade da Praia, no âmbito do Dia Mundial da Energia.
O governante referiu que o país está num “processo de transição energética que irá introduzir no sistema mais agentes privados, mais serviços e sobretudo um futuro energético em que não há espaço para desperdício, em que é exigida muita eficiência e serviços de promoção e de apoio à criação e que possa proporcionar essa eficiência”.
Entre as várias reformas em curso, conta-se a possibilidade de introdução de mobilidade eléctrica, a própria rede inteligente no sistema de electricidade, a instalação de sistemas de microprodução de energias renováveis nas residências e estabelecimentos comerciais.
“São todas essas áreas novas que vão ser promovidas no sector energético. Precisamos de criação de novas empresas e empregos para a concretização desse futuro”, disse.
Em relação às metas, Alexandre Monteiro afirmou que existe um pacote de 400 milhões de euros previstos para, até 2030, serem instalados sistemas de produção de energias renováveis e nas áreas de serviços de apoio que vão proporcionar “milhares de empregos”.
A esse propósito, disse que será brevemente instalada na ilha de Santiago uma nova estação fotovoltaica (painéis solares), numa extensão superior a 20 hectares, que vai necessitar de uma grande quantidade “de volume de trabalho qualificado”.
Actualmente, as renováveis em Cabo Verde atingem 20% da energia produzida: 18% eólica e 2% solar. Contudo, referiu o ministro, a energia solar terá mais peso no futuro.
Em 2025, as renováveis deverão atingir os 30% da energia produzida em Cabo Verde e os 50% em 2030, declarou.
“É extremamente importante para o país todo pensarmos na necessidade de tratamento das energias para evitar desperdício, que custa ao país e aos nossos bolsos”, acrescentou.
Alexandre Monteiro recordou ainda que há um programa de reformas em curso que visa reduzir as perdas actuais de energia – produzida, distribuída e não faturada - que atinge os 25%, sobretudo devido ao roubo.