Numa curta nota enviada às redacções, o governo justifica que o adiamento se deve a"motivos técnicos inerentes ao processo".
Recorde-se que hoje ia arrancar o processo de venda da participação de 2,1% que detém na distribuidora de combustíveis Enacol, através do lançamento de uma operação de Oferta Pública de Venda, acto esse agendado para as 14h30, de hoje, na sede da Bolsa de Valores de Cabo Verde.
A Enacol, criada em 1979, é actualmente participada em 48,3% pelo grupo português Galp, em 38,7% pela Sonangol Cabo Verde e, além do Estado cabo-verdiano (2,1%), em 10,9% por outros pequenos acionistas.
De acordo com o último relatório e contas da empresa, a Enacol apresentou um resultado líquido de 841,9 milhões de escudos (7,6 milhões de euros), um aumento de 20% face aos resultados de 2017, enquanto os resultados operacionais cresceram 30%, para 16.965 milhões de escudos (153 milhões de euros).
O capital social da Enacol é de um 1.000 milhões de escudos (nove milhões de euros), representado por um milhão de ações, com um valor nominal de 1.000 escudos (nove euros).
A posição do Estado na Enacol, de 2,1%, está assim avaliada em 21 milhões de escudos (190.000 euros), representativa de 21.000 ações.
Em todo o ano de 2018, a Enacol vendeu 243.430 toneladas de produtos petrolíferos, um aumento de 7% no espaço de um ano, correspondente a uma quota de mercado que desceu 1,4 pontos percentuais, para 52,5%.
“Esta quebra na quota de mercado é justificada pelo desempenho no mercado interno, mais concretamente pela diminuição das vendas de ‘fuel oil’ para o setor de produção de água e energia”, lê-se no relatório e contas de 2018.
Segundo o mesmo documento, no final desse ano a empresa tinha 35% do capital – equivalente a 350.000 ações, incluindo a participação estatal - em regime de transição livre.
A participação estatal na Empresa Nacional de Combustíveis (Enacol) vai agora ser, então alienada, através deuma operação de Oferta Pública de Venda, a iniciar em data não especificada.