De acordo com um relatório estatístico do Banco de Cabo Verde (BCV), com dados referentes aos primeiros nove meses de 2020, os emigrantes cabo-verdianos enviaram remessas no valor de quase 14.918 milhões de escudos. No ano passado, de Janeiro a Setembro, haviam sido enviadas remessas de 14.467 milhões de escudos, segundo dados anteriores do BCV.
O valor mensal mais baixo em vários anos registou-se em Abril deste ano, pico do confinamento internacional devido à pandemia de covid-19, com apenas 1.177 milhões de escudos em remessas enviadas para Cabo Verde.
Em Setembro último, esse valor ascendeu a 1.221 milhões de escudos – uma quebra de 25% face ao mesmo mês de 2019 -, depois do pico superior a 2.016 milhões de escudos em Julho.
Cabo Verde conta com quase 600 mil habitantes no arquipélago e mais de um milhão na Europa e Estados Unidos da América, estando o sistema financeiro dependente das remessas desses emigrantes.
Tal como em períodos anteriores, Portugal está entre os países de origem com maior volume de remessas, com os emigrantes radicados naquele país europeu a enviarem para Cabo Verde mais de 3.497,5 milhões de escudos até Setembro.
Estima-se que mais de 100 mil cabo-verdianos residam actualmente em Portugal, a segunda maior comunidade na diáspora, logo depois dos 250 mil emigrantes de Cabo Verde nos Estados Unidos.
Remessas dos imigrantes aumentam 20%
As remessas enviadas pelos imigrantes em Cabo Verde para os países de origem, por sua vez, aumentaram 20% até Setembro, face ao mesmo período de 2019, para quase 24 milhões de euros, segundo dados de um relatório estatístico do banco central cabo-verdiano.
Também de acordo com o relatório do BCV, os imigrantes enviaram de Janeiro a Setembro remessas no valor superior a 2.650 milhões de escudos, valor que compara com os quase 2.200 milhões de escudos do mesmo período de 2019.
As remessas enviadas pelos imigrantes que trabalham em Cabo Verde já tinham disparado 50% no primeiro trimestre em termos homólogos, segundo dados anteriores. Apesar da conjuntura da pandemia de covid-19, essas remessas acumulam um crescimento de 20,5% até Setembro.
Os imigrantes portugueses foram os que mais remessas enviaram para os países de origem, com 1.033,5 milhões de escudos até Setembro, um aumento superior a 50% face aos 688,3 milhões de escudos nos primeiros nove meses de 2019.
Seguem-se os senegaleses, com 276,4 milhões de escudos, enquanto os imigrantes da Guiné-Bissau, a maior comunidade estrangeira a trabalhar no arquipélago, enviaram remessas de 152,5 milhões de escudos.