De acordo com um relatório estatístico do Banco de Cabo Verde (BCV), com dados do primeiro trimestre de 2020, a que a Lusa teve hoje acesso, os emigrantes cabo-verdianos enviaram remessas no valor de mais de 5.056 milhões de escudos (45,5 milhões de euros), equivalente a uma média diárias de 60.645 milhões de escudos (550 mil euros).
Este valor compara com os quase 4.012 milhões de escudos (36,1 milhões de euros) de remessas enviadas para Cabo Verde, pelos emigrantes, nos três primeiros meses de 2019, segundo dados do BCV.
Tal como em períodos anteriores, Portugal lidera entre os países de origem, com os emigrantes radicados no país europeu a enviarem para Cabo Verde remessas de quase 1.517 milhões de escudos (13,6 milhões de euros) entre Janeiro e Março de 2020.
Estima-se que mais de 100 mil cabo-verdianos residam actualmente em Portugal, a segunda maior comunidade na diáspora, logo depois dos 250 mil emigrantes de Cabo Verde nos Estados Unidos.
Os emigrantes cabo-verdianos enviaram um novo recorde de remessas para o país em 2019, acima de 180 milhões de euros, quase 30% desde Portugal, segundo dados anteriores do BCV.
Os emigrantes cabo-verdianos em Portugal enviaram 5.679 milhões de escudos (51,5 milhões de euros) em remessas em 2019, um crescimento de 6,7% face ao ano anterior.
Em todo o ano de 2019, globalmente, as remessas dos emigrantes cabo-verdianos cresceram 8,1%, para num novo máximo, de 19.900 milhões de escudos (180,2 milhões de euros).
No ano de 2018, as remessas cabo-verdianas ultrapassaram os 19.195 milhões de escudos (173,3 milhões de escudos), uma subida de 6% face a 2017, com Portugal a liderar, com 5.675 milhões de escudos (51,2 milhões de euros).
Cabo Verde conta com cerca de 500 mil habitantes no arquipélago e mais de um milhão na Europa e Estados Unidos da América, estando o sistema financeiro dependente das remessas desses emigrantes.
Remessas dos imigrantes cresceram 50% no primeiro trimestre
Por outro lado, as remessas enviadas pelos imigrantes em Cabo Verde para os países de origem aumentaram praticamente 50% no primeiro trimestre do ano, segundo dados do mesmo relatório estatístico do Banco de Cabo Verde.
De acordo com o documento, de Janeiro a Março os imigrantes enviaram remessas no valor de 745 milhões de escudos (6,7 milhões de euros), valor que compara com os 500 milhões de escudos (4,5 milhões de euros) do mesmo período de 2019.
Os imigrantes portugueses foram os que mais remessas enviaram para os países de origem, com 234 milhões de escudos (2,1 milhões de euros) no primeiro trimestre deste ano, o que comparam com os 139,3 milhões de escudos (1,3 milhões de euros), seguidos dos senegaleses, com 78,1 milhões de escudos (700 mil euros).
Contudo, as remessas de imigrantes portugueses em Cabo Verde caíram em 2019 para 8,7 milhões de euros, o valor mais baixo em três anos, segundo dados anteriores do Banco de Cabo Verde.
De acordo com o relatório estatístico de 2019, as remessas dos portugueses que trabalham em Cabo Verde diminuíram 10%, face ao ano anterior, para 965,9 milhões de escudos (8,7 milhões de euros). Em 2018, esse registo foi de 1.224,7 milhões de escudos (11,1 milhões euros), em 2017 de 1 073,6 milhões de escudos (9,7 milhões de euros) e em 2016 de 828,7 milhões de escudos (7,5 milhões de euros).