De acordo com um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), deste mês, o plano de recapitalização do Banco de Cabo Verde (BCV), segundo informação do Governo à instituição internacional, “será retomado após a pandemia” de covid-19.
“Devido a restrições financeiras geradas pela pandemia, as alocações adicionais foram colocadas em espera até o fim da crise sanitária”, explica o FMI, no mesmo relatório.
Num relatório anterior, de Novembro passado, o FMI já tinha apontado que a posição patrimonial do banco central cabo-verdiano “deteriorou-se nos últimos anos, reflectindo em parte a reavaliação dos activos em dólares norte-americanos”, com um plano de intervenção que avançou ainda antes da pandemia, por parte do Governo.
O FMI recordou antes que, face a este cenário, as autoridades cabo-verdianas “desenvolveram um plano de recapitalização” em 2019, prevendo a injecção de 2,1 mil milhões de escudos ao longo de três anos, utilizando recursos do Orçamento do Estado.
Depois de a primeira parcela ter sido libertada no final de 2019, no valor de 700 milhões de escudos, a crise provocada pela covid-19, segundo o FMI, deixou o plano suspenso, que só será retomado após a crise provocada pela pandemia de covid-19.
O Governo cabo-verdiano tem avançado com várias medidas mitigadoras da crise económica provocada pela pandemia de covid-19, com o BCV a assumir posição de destaque, desde logo no aumento da injecção de liquidez na banca e no processo de atribuição de moratórias a créditos bancários ou pela gestão, em mínimos históricos, das taxas de juro.
A crise económica provocada pela pandemia de covid-19 provocou uma recessão económica, oficial, equivalente a 14,8% do Produto Interno Bruto (PIB), essencialmente devido à praticamente total ausência de turismo no último ano, sector que garante 25% do PIB do arquipélago.