Congratulando-se com a chegada das vacinas ao país, o que permitirá uma “recuperação gradual” do turismo, o presidente da Cabo Verde Empresas, Andrea Benolli, em representação dos associados justifica a solicitação por forma a garantir um “ciclo financeiro positivo” às empresas.
“Para que estejam em condições de pagar aos funcionários e as dívidas de forma compatível com os pagamentos dos serviços e produtos vendidos”, explicou.
Nesta medida, com mais de 200 associados a Cabo Verde Empresas solicita um diálogo entre os operadores económicos, o sistema bancário nacional e o Governo, uma vez que, conforme fundamentou, a recuperação da economia, na prática, sem uma regulação gradual das políticas de suporte, poderá levar as empresas ao “não cumprimento” das obrigações pendentes.
“Trazendo-as de volta à crise de liquidez e nos casos mais graves, ao seu encerramento. Administrar a recuperação da economia junto com a retoma do turismo pode parecer fácil e óbvio, mas não é de todo”, ponderou.
Segundo Andrea Benolli, a recuperação da economia exigirá a reposição de matérias-primas, para as quais, acentuou, não haverá liquidez e, provavelmente, nem mesmo a possibilidade de novos endividamentos dado o “risco actualmente percebido” pelo sistema bancário sobre os “cenários futuros e incertos”.
Quanto às facturas de vendas das empresas, depreende que “não serão pagas imediatamente”, já que as firmas não terão os recursos para recomeçar com o pagamento imediato, das obrigações fiscais e outros.
“O problema é obviamente global e não diz respeito apenas às empresas cabo-verdianas. Quase todos os países da Comunidade Europeia já disponibilizaram apoios públicos através de garantias, para poderem reduzir a taxa de juro e alargar o prazo de reembolso, especialmente para dívidas contraídas na era pré-pandémica”, concretizou.
Andrea Benolli explicou que esta política resultaria numa “diminuição acentuada” do valor da prestação periódica, salvaguardando o sistema bancário e o cumprimento do rácio de capital, mas sobretudo permitiria às empresas reposicionarem-se no mercado.
A mesma fonte entende ainda que o sistema financeiro também poderia se alinhar em produtos específicos relacionados à “tesouraria corporativa”, como a possibilidade de adiantamento de facturas ou factoring com taxas de descontos “subsidiadas” nos primeiros meses de retoma.
“Esta intervenção poderá também ser decisiva para proporcionar liquidez imediata às empresas, permitindo-lhes pagar as suas dívidas aos mesmos bancos e pagar aos empregados, ao Estado e aos fornecedores”, alvitrou, referindo que há muitas possibilidades em termos de apoio às empresas, com particular atenção para aquelas mais frágeis e essenciais para o “bom funcionamento” do País, isto é, as micro e pequenas empresas.
Esperançado na retoma do turismo, a Cabo Verde Empresas faz um apelo no sentido de juntos, o Governo, as Finanças e empresas, encontrarem as “melhores soluções” para ajudar os empresários a recuperar a economia do País.
“São as empresas que criam a riqueza económica e social do País. É preciso apostar no futuro das nossas empresas”, finalizou.