Ao todo, de acordo com informações prestadas à imprensa pela presidente do conselho de administração (PCA) da TACV, Sara Pires, estavam previstos para embarcar neste voo 127 passageiros, mas seis destes não puderam viajar porque os testes à covid-19 não estavam actualizados.
No Aeroporto Nelson Mandela, os viajantes foram recebidos por uma equipa da Cabo Verde Airlines liderada pela sua presidente, em que não faltaram brindes aos primeiros passageiros para recordação desta viagem retomada depois de 19 meses de paragem.
A PCA da TACV explicou que o voo chegou com três horas de atraso, porque um dos membros da tripulação testou positivo à covid-19, o que obrigou a mudança de toda a equipa do voo.
“Não estávamos a contar com este imprevisto que nos obrigou a mobilizar uma nova tripulação a partir da Espanha para poder trazer o avião”, justificou a gestora da transportadora aérea nacional.
Instada se os passageiros foram informados sobre os motivos do atraso, disse que a equipa da TACV no aeroporto de Lisboa fez as informações circular via email.
Contrariamente ao que foi anunciado, o voo do dia 31 de Dezembro não vai ser realizado, ficando para o dia 03 de Janeiro.
A retoma dos voos da Cabo Verde Airlines, segundo Sara Pires, foi fruto de um “esforço enorme” da equipa da TACV conjuntamente com a da Agência de Aeronáutica Civil nos últimos dois meses e meio.
“No dia em que a TACV comemora 63 anos quisemos presentear os nossos passageiros, aqueles que depositaram confiança na companhia e adquiriram bilhete para virem no primeiro voo da companhia”, frisou Sara Pires, acrescentando que “estamos muito gratos aos cabo-verdianos e, também, aos estrangeiros que escolheram hoje viajar com a TACV”.
“Abrimos as vendas na segunda-feira, 20 de Dezembro, às cinco da tarde, e tivemos 127 bilhetes vendidos, o que corresponde a uma taxa de ocupação superior a 65 por cento. Isto é de louvar”, indicou Sara Pires.
Em Fevereiro, de acordo com a evolução da pandemia, prevê-se introduzir voos para São Vicente e Paris, na França.
Instada para quando o aparelho será tripulado por uma equipa cabo-verdiana, Sara Pires deixou transparecer que isto pode ocorrer dentro de dois ou três meses.
“Estamos todos desejosos que os nossos tripulantes possam estar a operar”, sublinhou, acrescentando que devido aos 19 meses de paragem “é preciso fazer o refrescamento de toda a tripulação, que é um processo longo e moroso”.
Adiantou ainda que os pilotos têm que ir de novo para simulador, uma vez que cada aparelho tem a sua especificidade.
Perguntada se vai haver despedimentos na companhia, preferiu dizer que “hoje o momento é para celebrar a retoma dos voos”.
Carlos Silva foi o primeiro passageiro a adquirir o seu bilhete de passagem para este voo de retoma e não escondeu a sua alegria pelo facto de ter sido contemplado com um prémio, que é um bilhete de passagem de ida e volta para ser utilizado em qualquer altura do ano.
“Quando ouvi a notícia de que a TACV iria abrir as vendas, fui logo comprar o meu bilhete e tive a sorte de ser o primeiro a comprar”, ressaltou Carlos Silva, acrescentando que o voo foi “sem turbulência e perfeito”.
Por sua vez, José Spencer disse à Inforpress que o voo foi “bom”, mas que o atraso registado é “inadmissível”, porque a companhia “fica mal vista”.