De acordo com a informação divulgada hoje pelo grupo estatal, a produção de electricidade ascendeu a 441.580.109 KWh (Quilowatt-hora) em todo o ano de 2021 e de água a 8.687.416 metros cúbicos.
As vendas ascenderam a 286.724.566 KWh, de electricidade, e 6.971.992 metros cúbicos de água. A empresa, de produção de electricidade (componente que o Governo já anunciou que será privatizada) e água, acrescenta que as perdas totais de electricidade representaram 25,5% da produção total. Em 2020, a empresa deu como perdida 26,1% da produção total de electricidade e em 2019 essa perda foi de 24,8% do total.
Em 2021, as centrais de produção térmica – que garantem quase 80% das necessidades de electricidade no país -, consumiram 13.638.540 litros de gasóleo, 9.445.137 litros de Fuel 180 e 59.446.119 litros de Fuel 380, entre outras fontes.
A empresa terminou o ano de 2021 com 162.958 clientes ativos de electricidade e 31.031 de água. Destes totais, 15.246 são clientes beneficiários da tarifa social de eletricidade e 847 da tarifa social da água.
O conselho de administração do grupo Electra avisou nos últimos dias que o “elevado número” de clientes com facturas de energia eléctrica em atraso ameaça a sustentabilidade de todo o sector energético no arquipélago.
Numa nota do conselho de administração, a empresa aponta que as dívidas de clientes registam “um valor muito elevado, causando enormes problemas na tesouraria”, prometendo “acções urgentes para a sua regularização”.
“A situação de elevado número de clientes com facturas de energia eléctrica por liquidar está a causar enormes dificuldades na gestão e sustentabilidade da empresa e de todo o sector energético”, lê-se na mesma nota da Electra.
“A situação é muito mais grave e preocupante no que concerne aos grandes clientes, empresas públicas e privadas, serviços autónomos de água, indústria, sector hoteleiro, indústria de panificação, supermercados, centros comerciais e oficinas”, acrescenta.
A Lusa noticiou em Setembro passado que os prejuízos da Electra dispararam em 2020 para 505 milhões de escudos, mas as dívidas de clientes somaram naquele ano 11.330 milhões de escudos.
A informação consta do relatório e contas de 2020 da empresa, indicando que as dívidas de clientes – que a empresa descreve como o maior problema que enfrenta na gestão - até desceram ligeiramente, 1,7% face aos 11.525 milhões de escudos de 2019.
A maior fatia das dívidas ao grupo - que integra a Electra SA, Electra Sul e Electra Norte - era de consumidores domésticos, 5.547 milhões de escudos, seguindo-se as autarquias, com 2.059 milhões de escudos, as empresas públicas, com 1.918 milhões de escudos, as empresas privadas, com 1.458 milhões de escudos, e o Estado, com 345 milhões de escudos.
Na mesma nota do conselho de administração, de 18 de Fevereiro, é referido que “para pôr cobro a esta situação, está em execução um plano de acção com medidas severas, direccionadas aos clientes de todas as localidades e de todos os segmentos, a nível nacional, com aviso prévio, a solicitar a regularização da dívida, e pagamento imediato das facturas”.
O grupo Electra fechou 2020 com um total de 813 trabalhadores.
O governo aprovou em Julho de 2021 o processo de privatização da Electra, envolvendo a cisão em duas sociedades, de produção e distribuição de electricidade, e posterior alienação de até 75% do capital a parceiros estratégicos.
Segundo um decreto-lei do Conselho de Ministros publicado em 21 de Julho, que aprova o processo de privatização, o mesmo deverá avançar em 2022 e está “em linha com as reformas económicas e estruturais preconizadas no Programa do Governo”, para “redução dos custos e a promoção e eficiência económica” na área da energia.