Conforme relatos de algumas pessoas citadas pela Inforpress, esta quarta-feira uma garrafa de óleo estava a ser vendida por 210 escudos e na quinta-feira o preço subiu para 320 escudos, havendo inclusive lojas que estão a vender por 350 escudos.
Numa ronda por algumas lojas na cidade da Praia a Inforpress constatou que, inclusive, o produto já não está exposto e outras tinham muito pouca quantidade.
Os comerciantes alegam que o aumento do preço é generalizado e que se deve à escassez de produto e o aumento dos preços por venda a grosso.
Em conversa com a Inforpress, o Inspector-geral das Actividades Económicas, Paulo Monteiro, disse que a IGAE já tem conhecimento da situação, mas que “infelizmente” não pode fazer nada porque o produto é de venda liberalizada.
“Nós não temos competência para isso tendo em conta que óleo e outros produtos são liberalizados. A questão que se põe aqui é de ética comercial, porque há um exagero. As pessoas estão a aproveitar da situação da guerra na Ucrânia para resolver os seus problemas, mas neste caso a IGAE não tem meios legais para tomar medida”, explicou.
“Portanto cabe aos consumidores comprarem ou não”, acrescentou.
Nos últimos tempos houve o aumento de preço de forma generalizada em Cabo Verde, decorrente dos aumentos dos preços de importação. Uma situação que poderá complicar-se ainda com a invasão militar da Rússia na Ucrânia, conforme a previsão do economista e consultor Internacional José Agnelo Sanches.
Na semana passada o Governo cabo-verdiano anunciou que vai adoptar medidas para mitigar os impactos dos aumentos dos preços de cereais e outros géneros alimentícios em decorrência da invasão da Ucrânia pela Rússia.
O ministro da Agricultura e Ambiente afirmou que o executivo não pode ficar indiferente e vai tomar medidas para não sufocar ainda mais as populações, sobretudo a franja com maiores vulnerabilidades.
“Vamos fazer de tudo para que, de facto, a população cabo-verdiana não tenha que continuar a suportar o excesso de flutuação em alta dos preços de tal monta que pode tornar todo o sistema incomportável e insustentável”, afirmou Gilberto Silva, garantindo que o Executivo procurar soluções para evitar o aumento exponencial dos preços de primeira necessidade.