“Confirmamos que os voos já estão disponíveis no sistema até Julho e que a companhia planeia ter a programação de Verão IATA [até final de Outubro de 2022] no sistema até à próxima semana”, referiu fonte oficial da TACV.
Há várias semanas que clientes contestavam publicamente a impossibilidade de aquisição de bilhetes para voos a partir de Abril, inviabilizando o planeamento antecipado de viagens através da companhia aérea de bandeira – da Praia e das ilhas do Sal e de São Vicente, semanalmente, para Lisboa -, desde logo no período de férias da Páscoa, no próximo mês.
Conforme consulta feita pela Lusa ao sistema da TACV, os voos previstos a partir de Abril já serão realizados, segundo a informação disponível, com o Boeing 737-700 alugado à companhia angolana TAAG.
A companhia aérea cabo-verdiana transportou mais de 3.100 passageiros desde que retomou os voos, em Dezembro, e prevê negociar o aluguer de mais duas aeronaves à congénere angolana.
“Tendo em conta o período em quem estamos, um período de época baixa, consideramos que é um número razoável de passageiros transportados nestas 11 semanas, desde o início das operações”, afirmou à Lusa Sara Pires, presidente do conselho de administração da TACV.
A TACV retomou as operações, depois de renacionalizada, no final de Dezembro passado, ao fim de 21 meses sem actividade devido às restrições internacionais impostas com a pandemia de covid-19, inicialmente com um voo entre a Praia e Lisboa.
Posteriormente, a companhia alargou essas rotas semanais para a capital portuguesa também a partir das ilhas de São Vicente e depois do Sal, e prevê a retoma dos voos para Boston (Estados Unidos da América) em “meados de Julho”.
Na segunda-feira, no âmbito da visita de Estado a Cabo Verde do Presidente da República de Angola, João Lourenço, as administrações das duas companhias aéreas estatais TACV e TAAG assinaram um acordo para o fornecimento, em regime de ‘leasing’, de um primeiro Boeing 737-700 da transportadora angolana à companhia cabo-verdiana, que chegou no mesmo dia ao aeroporto internacional da Praia.
“Em termos do nosso plano de retoma e estabilização prevemos até final de 2023 estar a operar com três aparelhos, portanto estamos abertos a toda a cooperação que a TAAG poderá estar interessada. Até 2023 são três aparelhos, mas o mercado ditará o número exacto de aviões que a TACV irá necessitar”, acrescentou Sara Pires.
“Num momento inicial foi esta aeronave. Nós temos necessidade de mais aeronaves, portanto, iremos iniciar um processo de negociação para a chegada de novos aparelhos”, disse ainda.
De acordo com informação da TAAG, a companhia angolana opera vários Boeing 737 com capacidade para 120 passageiros, essencialmente nas rotas domésticas, que está a substituir por seis Dash 8-400 turbo hélice.
Desde a retoma dos voos em Dezembro, a TACV operava com um Boeing 757 em regime de ‘leasing’, que segundo o Governo cabo-verdiano tem “problemas de ‘performance’”, tendo em conta os 188 lugares para uma ocupação média dos voos da companhia que ronda os 100 passageiros.
“Vai ser devolvido. O contrato termina a 30 de marco, no seu percurso normal vai regressar à sua base”, disse a administradora.
A TACV foi privatizada em 2019, com a venda de 51% do capital social a investidores islandeses, e renacionalizada em Julho de 2021 por decisão do Governo, na sequência da pandemia de covid-19.