De acordo com dados do relatório estatístico deste mês do Banco de Cabo Verde, o resultado de 2021 foi impulsionado pelo desempenho em Dezembro, com divisas equivalentes a 2.799,8 milhões de escudos enviadas pelos emigrantes num único mês.
Em todo o ano de 2020, os emigrantes cabo-verdianos enviaram remessas no valor de mais de 21.142 milhões de escudos, que foi então um novo recorde, aumentando praticamente 3,5% face ao ano anterior.
Entre o total de remessas em divisas enviadas em 2021 lideraram, tal como no ano anterior, as provenientes dos emigrantes cabo-verdianos nos Estados Unidos da América e em Portugal, que totalizaram, respetivamente, 8.596 milhões de escudos e quase 6.749 milhões de escudos.
A população de Cabo Verde ronda os 500 mil habitantes, mas estima-se que mais de um milhão de cabo-verdianos vivam na Europa e Estados Unidos da América, estando o sistema financeiro do arquipélago dependente das remessas desses emigrantes.
A Lusa noticiou anteriormente que as remessas enviadas pelos emigrantes cabo-verdianos em Portugal caíram quase 14% em 2020, sendo ultrapassadas pelas provenientes de França e dos Estados Unidos da América.
O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, reconheceu no final de 2020, no parlamento, a importância para a economia nacional das remessas enviadas pelos emigrantes, que continuavam a crescer e representavam já 11,3% do Produto Interno Bruto (PIB).
“As contribuições das remessas dos emigrantes têm sido importantes ao longo da história de Cabo Verde. São importantes para as famílias, para o financiamento da economia cabo-verdiana e também demonstra que a confiança tem aumentado, mesmo no período da pandemia”, afirmou.
O governante explicou que as remessas valiam 10,6% do PIB, em média, na legislatura de 2012 a 2015, mas que subiram para 11,3% no período de 2016 a 2019.
“E neste período de pandemia, ao contrário do que estava estimado, tem havido uma evolução positiva, um crescimento de 20% de Junho de 2019 a Junho de 2020”, destacou, em Dezembro, Ulisses Correia e Silva, reforçando a importância destas remessas por continuarem a aumentar, globalmente, apesar das dificuldades económicas que os emigrantes cabo-verdianos também enfrentam nos países onde trabalham, devido à crise económica provocada pela covid-19.