“Em 2020, em plena pandemia, estivemos a volta de quase 3% da população na fase três, que é uma fase em que as famílias já enfrentam alguma crise alimentar e passamos para 9% no mês de Maio, com riscos de agravarmos para 11% no mês de Agosto se medidas consequentes não forem tomadas. Este é o espelho do impacto que a crise internacional tem sobre a situação alimentar e nutricional em Cabo Verde”, anunciou o ministro durante uma comunicação do governo ao país.
Gilberto Silva explicou que o governo decidiu acrescentar medidas, para os próximos três meses, em relação aos alimentos para além das que já foram anunciadas antes.
“O governo acrescentou uma medida importante que é o trabalho público para que as famílias mais afectadas possam ter o acesso a outros rendimentos e assim poderem aceder melhor aos alimentos”, declarou.
“São 241 mil contos nos próximos três meses, mais 12 mil contos que serão afectados às organizações religiosas e acção social para que possam também fazer de melhor forma o trabalho que haviam começado e que têm estado a fazer, que é ajudar as famílias em maior aflição em matéria alimentar”, acrescentou.
Gilberto Silva disse que as medidas anunciadas no mês de Março travar os preços dos alimentos permitiram, no mês de Maio, uma variação negativa nos preços desses produtos, indicando que o milho de segunda variou em menos 11%, menos 1% para farinha de trigo, menos 18% para o arroz, menos 6% para o leite em pó, 0% para o açúcar e que a farinha de trigo teve uma variação negativa de 1%.
Mas, o arroz de primeira aumentou a 1%, o óleo alimentar 8% e o pão de carcaça 5%.
A nível da pecuária o governo está a organizar as compras agrupadas.
“Os importadores disseram sim, o banco financiador já disse sim e estamos num processo positivo em que efectivamente estamos a caminhar para uma negociação com consequências; aumentamos a capacidade do stock no país e quisemos fazer tudo para não haver a ruptura de stock”, frisou.
Dados de finais de Maio, citados pelo ministro, apontam que o país tinha stock para o milho de segunda para 7,33 meses; arroz quase 11 meses; trigo 7 meses, farinha de trigo 1 mês, mas afirmou que é fabricado a partir do trigo em grão estocado.
“O açúcar quase três meses, o feijão pouco mais de quatro meses, leite em pó um mês e meio, óleo alimentar quase quatro meses. Ou seja, estamos aqui a falar de produtos que demandam maior logística para o stock em Cabo Verde, de uma posição de stock que nos dá satisfação e é evidente, vamos ter de continuar a fazer uma boa articulação com o comércio, no sentido de assegurarmos essa situação favorável no país”, proferiu.