De acordo com dados de um relatório estatístico deste mês do Banco de Cabo Verde (BCV), de Janeiro a Junho de 2022 as remessas enviadas pelos emigrantes cabo-verdianos cresceram para quase 17.622 milhões de escudos, face aos quase 12.584 milhões de escudos no mesmo período do ano passado.
Trata-se de uma média diária equivalente a cerca de 82.367.955 escudos, quando no período anterior de 2021 rondou os 58.550.000 escudos.
A população de Cabo Verde ronda os 500 mil habitantes, mas o governo estimou recentemente que mais de um milhão e meio de cabo-verdianos vivem na Europa e Estados Unidos da América (EUA), estando o sistema financeiro do arquipélago dependente das remessas desses emigrantes.
Nos primeiros seis meses do ano, os emigrantes cabo-verdianos nos EUA voltaram a liderar no envio destas remessas para Cabo Verde, com um total de quase 5.059 milhões de escudos, seguidos dos que vivem em Portugal, com mais de 4.098 milhões de escudos.
As remessas enviadas pelos emigrantes cabo-verdianos para o arquipélago já tinham aumentado 22,1% em todo o ano de 2021, para um recorde superior a 25.833 milhões de escudos, segundo dados anteriores do banco central.
Em todo o ano de 2020, os emigrantes cabo-verdianos enviaram remessas no valor de mais de 21.142 milhões de escudos, que foi então um novo recorde, aumentando praticamente 3,5% face ao ano anterior.
Imigrantes
De acordo com dados preliminares de um relatório estatístico deste mês do Banco de Cabo Verde (BCV), a que a Lusa teve hoje acesso, de Janeiro a Junho de 2022 os imigrantes no arquipélago, sobretudo trabalhadores nos sectores do turismo e da construção civil, enviaram pouco mais de 1.204 milhões de escudos em remessas.
No primeiro semestre de 2021, essas remessas enviadas para os países de origem ultrapassaram os 1.469 milhões de escudos, segundo os dados do banco central.
As remessas enviadas pelos imigrantes em Cabo Verde tinham caído 23%, em termos homólogos, no primeiro trimestre.
Os imigrantes portugueses em Cabo Verde continuam a liderar no envio dessas remessas, com quase 489 milhões de escudos nos primeiros seis meses deste ano, seguidos dos do Senegal e da Guiné-Bissau, respetivamente com 116,8 milhões de escudos e 53,3 milhões de escudos, que são também as duas comunidades estrangeiras mais numerosas no arquipélago.
As remessas em divisas enviadas pelos imigrantes em Cabo Verde para os países de origem aumentaram ligeiramente em 2021, para mais de 2.891 milhões de escudos, segundo dados anteriores do banco central cabo-verdiano.
De acordo com dados de um relatório estatístico do BCV, estas remessas enviadas pelos imigrantes comparam com os 2.816 milhões de escudos em 2020 e regressam aos níveis anteriores à pandemia de covid-19, tendo em conta os quase 2.892 milhões de escudos em 2019.
As remessas em divisas enviadas pelos imigrantes em Cabo Verde para os países de origem caíram 2,6% em 2020, segundo os dados anteriores do BCV.