Empreendedores turísticos da Brava exigem solução para questão dos transportes

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,1 nov 2022 8:24

Os empreendedores turísticos da Brava pediram, esta segunda-feira, ao Governo que apresente uma solução para a resolução da questão das viagens de ligação de e para a ilha para permitir um avanço na economia local.

Alguns investidores da área de hotelaria procuraram a imprensa para demonstrarem o seu descontentamento diante desta situação “crítica” que estão a viver, pensando em abandonar o sector.

António Carlos de Pina, proprietário de uma unidade hoteleira realçou que a classe já falou tanto nessa situação que já está a tornar repetitivo, mas que é necessário.

“Não podemos calar perante tal situação e caso continuar desta forma vou ter de fechar as portas e procurar outras soluções”, disse a mesma fonte, sublinhando que têm obrigações fiscais, despesas correntes, entre outras, assim como nas outras ilhas ou municípios com condições, mas que na Brava os hotéis não têm hóspedes efectivos por causa da irregularidade do transporte.

No mês de Outubro, informou que o sector não trabalhou, porque assim como tiveram reservas, viram-nas serem canceladas.

“Como pode sustentar um hotel um mês sem hóspede?”, questionou, acrescentando que o problema dos transportes não vai melhorar, porque na Brava não existe união das pessoas.

Sendo assim, realçou que a esperança é que o Governo reveja o contrato com a CV Interilhas e atribua a concessão a uma empresa capaz de gerir, sugerindo uma empresa nacional, mas que faz a ligação efectiva com a Brava e como deve ser.

Marco Agostino Giandinoto é um outro empresário do ramo que demonstrou o seu descontentamento.
“São anos e anos a teclar nesta mesma tecla, sempre é o problema do transporte que prejudica o turismo na Brava”, indicou.

Segundo a mesma fonte, “as pessoas não conseguem chegar à ilha, não conseguem passar alguns dias tranquilos na Brava, porque ficam sempre a pensar se vão ficar retidas ou se vão conseguir fazer a viagem de regresso assim como planeado”, apontou, considerando esta situação como sendo “muito caricata”.

Até porque, realçou, mudam os Governos, a gerência, mas nada melhora, só piora e que no final do mês os empreendedores têm de pagar as despesas.

Igualmente, Andy Andrade, PCA de empresa de negócios online e investidor na área do turismo na ilha, corrobora com as reivindicações dos colegas empresários, acrescentando que “de facto nunca tiveram uma situação do tipo, onde há mais cancelamento do que check-in”.

“Tudo tem a ver com o transporte. Cada semana há uma escala, alteração de horários, tudo funciona num quadro de incertezas para a Brava”, disse o investidor, enfatizando que mesmo quando as pessoas conseguem chegar à ilha ficam aflitas e na primeira oportunidade regressam com medo de ficarem retidas.

E nesse contexto avançou que “nenhum empresário consegue suportar uma empresa de turismo com empregados, sendo possível fazê-lo somente se o dono reside na propriedade e possuir alguns quartos para alugar, porque como empresa é insustentável”.

E no seu caso, informou que a sua empresa está a apostar no futuro da ilha Brava, mas se não fosse também pensava em fechar as portas porque há mais constrangimentos do que soluções e ganhos nesta área.

Quanto ao quadro das soluções, apontou que a empresa já possui uma proposta para a questão de transporte de e para a Brava, mas que o Governo precisa sentar-se à mesa para conversar com os bravenses e ver a viabilidade e o futuro da ilha, uma vez que, vincou, “como se encontra não pode continuar”.

“Esta situação está a acabar com os bravenses psicologicamente, está a prejudicar o zelo da comunidade na diáspora”, elencou, realçando que o pouco da economia, que já se encontrava criada na ilha, entrou em retrocesso novamente.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,1 nov 2022 8:24

Editado porAndre Amaral  em  2 nov 2022 12:22

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