Fundo Monetário Internacional vai disponibilizar 16 milhões de dólares a Cabo Verde

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,12 nov 2022 8:51

​O Fundo Monetário Internacional (FMI) vai disponibilizar a Cabo Verde cerca de 16 milhões de dólares para apoiar o país a atravessar as sucessivas crises, anunciou esta sexta-feira, 11, o chefe da missão do FMI a Cabo Verde, Justin Tysonm.

O FMI reuniu-se esta sexta-feira com o Governo para o balanço de mais uma missão a Cabo Verde, realizada de 04 a 11 deste mês, visando proceder à primeira revisão do Programa da Facilidade Alargada do Crédito (ECF, sigla em inglês), que se centrou na discussão sobre a evolução do sector real, monetária, do sector externo, das finanças públicas e, consequentemente as projecções para 2022.

Justin Tyson avançou que a equipa do FMI e as autoridades cabo-verdianas alcançaram um consenso ao nível técnico relativamente à primeira avaliação do programa do Programa Linha de Crédito Externo ao abrigo do acordo de Facilidade de Crédito Alargada (ECF), sujeito à aprovação do Conselho de Administração do FMI em Janeiro de 2023.

“Após a conclusão da avaliação, serão disponibilizados 11,26 milhões de DSE (cerca de 16 milhões de dólares) para Cabo Verde, num total de desembolsos acumulados ao abrigo do programa de aproximadamente 32 milhões de dólares”, precisou.

Ressalvou que a economia de Cabo Verde está a recuperar da pandemia da covid-19, pelo que após uma contração de quase 15% em 2020, a economia registou um crescimento de 7% em 2021 e a recuperação continuou forte durante a primeira metade de 2022 (17% variação homóloga na primeira metade do ano), sustentada numa recuperação das entradas turísticas, a actividade económica foi apoiada pelo crescimento do crédito.

As perspectivas de risco, no entanto, frisou Justin Tysonm, mantêm-se elevadas para o futuro devido ao ambiente externo difícil, com os preços dos alimentos mais elevados e dos combustíveis em todo o mundo a começarem também a fazer subir a inflação em Cabo Verde.

Por seu lado, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, caracterizou o contexto por que passa Cabo Verde e o mundo de “tempestade perfeita”, originário do aumento de preços a nível internacional e aumento das taxas de juros nos mercados internacionais, com uma tendência para retracção e arrefecimento da actividade económica.

Para fazer face a esta situação, o Governo, segundo o também ministro do Fomento Empresarial e ministro da Economia Digital, tem uma estratégia clara em relação ao futuro de Cabo Verde.

“Temos felizmente em Cabo Verde uma estratégia clara as questões plasmadas quer no nosso plano estratégico e sustentável, quer no programa do Governo, como também no documento estratégico Cabo Verde ambição 2030 e vai ficar também actualizado no documento que está a ser ultimado chamado PEDS 2 que tem forte apoio do FMI”, sublinhou.

Concretizou, nesta linha, a satisfação de Cabo Verde pelo trabalho desenvolvido pela equipa do FMI, pelo suporte técnico, mas também financeiro conseguido a nível do programa Facilidade Crédito Alargada.

“Estamos muitos satisfeitos com o trabalho da equipa de FMI com suporte técnico, mas também financeiro que conseguimos a nível do programa Facilidade Crédito Alargada no montante de 60 milhões de dólares americanos, autorizamos 15 milhões, vamos poder localizar mais 15 milhões nos próximos meses e depois em 2023 mais 15 milhões e 2024 15 milhões, perfazendo 60 milhões”, disse.

Olavo Correia informou ainda que o governo está a trabalhar para que Cabo Verde possa aceder ao novo fundo que foi criado pelo FMI que visa a promoção da resiliência e da sustentabilidade e vai contar com o FMI para elaboração de um “grande programa” por forma a acelerar a agenda cabo-verdiana em matéria de transição energética, transição digital e promoção de uma economia circular.

Em relação à avaliação feita pelo FMI, os dados da economia cabo-verdiana para 2022, assinalou o governante, “são positivos, mas moderados”, não obstante este contexto que caracteriza de “tempestade perfeita”.

“A economia cabo-verdiana poderá crescer à volta dos dois dígitos, o que é muito bom em relação aquilo que era a previsão que tínhamos para 2022, mas também para repor a recessão económica verificada em 2020”, realçou.

Ainda de acordo com o ministro das Finanças, a inflação deverá ficar entre 8 e 8,5 %, elevada face aquilo que tem sido o histórico em Cabo Verde, mas, justificou, é devido aos efeitos externos, pelo que há que trabalhar para melhorias no próximo ano.

“A nível das contas públicas, os dados também são positivos estamos a aumentar a nossa capacidade de arrecadação de receitas e balanço primário e o rácio da dívida pública estão a melhorar”, indicou, enfatizando que o País tem um quadro estável do ponto de vista monetário e financeiro, mas com alguns desafios a vencer e que estão a ser tratados.

Defendeu, igualmente, a necessidade de continuar a seguir o caminho da consolidação orçamental e da criação de um quadro macro fiscal sustentável, no arquipélago.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,12 nov 2022 8:51

Editado porDulcina Mendes  em  3 ago 2023 23:29

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