Taxa de empregabilidade da NOSiAkademia é de 84%, mas a ambição é chegar aos 100%

PorSheilla Ribeiro,26 fev 2023 7:53

De 2016 a 2022, o NOSiAkademia recebeu mais de duas mil candidaturas das quais 367 foram seleccionadas. A taxa de empregabilidade do programa que visa capacitar e reforçar as competências dos jovens licenciados é de 84%, sendo uma ambição chegar aos 100%, segundo a project manager, Érica Andrade.

No passado dia 15 de Fevereiro, o NOSiAkademia acolheu mais 96 jovens licenciados para a 14ª edição do programa. Um aumento considerável em relação à edição anterior, em que foram recebidos 56 estagiários.

Tendo como objectivo primordial a formação e a capacitação para que os jovens estejam preparados para os desafios do mercado, uma das iniciativas do programa é o JumpStart.

“O JumpStart visa, sobretudo apoiar os projectos de investigação e desenvolvimento das empresas, mas também dar oportunidade e alternativa aos jovens ao emprego. Ou seja, durante cinco meses os jovens integram os projectos dessas empresas para desenvolverem e, no final, tendo um bom desempenho são contratados”, explica Érica Andrade.

Ao serem seleccionados para o programa, os estagiários recebem, durante quatro semanas intensivas, formação em várias ferramentas e soluções tecnológicas. Na quinta semana, são integrados nas áreas internas do NOSi e nas empresas com quem o programa estabeleceu parcerias.

Uma outra iniciativa do NOSiAkademia, conforme Andrade, é a Pré-incubadora TicSeed que visa instigar, no final do estágio, os jovens a criar as suas Startups e firmarem protocolos de colaboração com o NOSi em importantes projectos.

“No final de 2020 lançamos essa iniciativa, cerca de 20 estagiários do NOSiAkademia participaram. No final constituíram as suas startup e colaboraram com o NOSi em importantes projectos para ganharem a experiência necessária para depois conquistarem o mercado. E hoje esses jovens trabalham como startup com empresas nacionais e também em projectos internacionais”, diz.

Parcerias e empregabilidade

Érica Andrade avança que desde 2018, em parceria com o governo, através da Direcção Geral do Emprego, o NOSiAkademia passou a implementar o Programa de Estágios Profissionais para a Inovação e Tecnologia. O programa vai na sua 14° edição, com o acolhimento dos 96 jovens, no passado dia 15 de Março. Este programa conta com parceiros públicos e privados nacionais e empresas internacionais que, através dos estagiários, desenvolvem os projectos a custo zero.

“Temos uma taxa de empregabilidade de 84%, mas a nossa ambição é chegar aos 100% de empregabilidade. E para isso, nós pretendemos contar com os parceiros que nós já temos, mas queremos atrair mais parceiros que têm a mesma ambição e que possam garantir a continuidade, o crescimento, e a sustentabilidade do programa”, fundamenta, adiantando que neste momento o NOSiAkademia está a fazer um estudo de mercado à procura de mais parceiros que potenciem o programa e todas as suas valências, permitindo aumentar o seu leque de actuação.

De acordo com a project manager, no ano passado o NOSiAkademy estabeleceu duas importantes parcerias com as empresas PWC e a Visionware. Ambas permitem o programa integrar grande parte dos estagiários nos seus projectos e continuar a formar talentos com competências nas áreas tecnológicas e não tech.

Por exemplo, no âmbito do Jumpstart, cerca de 70% dos jovens que trabalharam nos projectos das empresas parceiras, foram contratados no final do estágio.

“Nós estabelecemos um compromisso com essas empresas de no final do estágio contratarem pelo menos 50% dos jovens que trabalharam nos seus projectos. Porque durante cinco meses têm os estagiários à disposição, têm as infraestruturas à disposição. É totalmente gratuito, mas no final também temos de ter uma contrapartida, que é a empregabilidade dos jovens que participam do projecto”, refere Érica Andrade.

Na edição passada, prossegue, o NOSiAkademia conseguiu, junto da PWC e da Visionware, uma taxa de empregabilidade que superou as expectativas. Cerca de 80% dos estagiários foram contratados.

De acordo com Érica Andrade, trata-se de um programa de estágio “incomum”, tendo em conta que que os estagiários, além das tarefas normais, têm acesso à mentoria especializada, a um ambiente colaborativo e inovador, a sessões de desenvolvimento de soft skills, eventos de networking e demais actividades que permitem o desenvolvimento de competências pessoais e sociais que complementam as competências técnicas que adquirem no âmbito do estágio. Também participam em cursos de certificação. Através dos parceiros internacionais, esses têm acesso a cursos em mais diversas tecnologias.

“O que nós queremos é desenvolver recursos humanos de excelência no nosso mercado e que sejam capazes de competir com qualquer jovem no mundo inteiro. Daí, a importância de estabelecermos parcerias com essas empresas de referência para que os nossos jovens tenham uma formação integral”, afirma.

Aliás, Érica Andrade recorda que o NOSi, recentemente, ganhou um projecto “muito grande” em Angola, e que já tem identificadas empresas angolanas que são potenciais parceiras do NOSiAkademia.

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Esta responsável frisa que o NOSi, desde a implementação do programa, tem vindo a acolher muitos destes jovens que saem do NOSiAkademia.

“Cerca de 40% dos colaborados do NOSi já passaram pelo NOSiAkademia. Isso deve-se muito ao nível dos jovens que saem do programa e ao nível da formação que têm desde as formações iniciais, às tarefas que são atribuídas no estágio”, exemplifica.

Desafios

O NOSiAkademia recebe jovens de áreas tecnológicas como engenheiros informáticos, informáticos de gestão, eletrotécnicas, entre outros, mas também de áreas de gestão e afins como economia, contabilidade, direito, marketing, etc.

Em todas as edições, o programa recebe no mínimo 300 candidaturas e a maioria que fica de fora é da área de gestão, segundo Érica Andrade. Razão pela qual, o NOSi está a trabalhar na reconversão profissional para que os jovens dessa área tenham alternativa ao emprego, para além da formação que já têm.

“Nas edições anteriores nós tínhamos uma vaga de 48 e sempre há muitos jovens que acabam por ficar de fora, principalmente os da área da gestão que é a área que temos menor número de vagas disponíveis. Ao longo das edições, nós fomos acolhendo mais a área tecnológica pela própria natureza da nossa instituição e também dos parceiros do programa”.

“Queremos incentivá-los a envergar para a área tecnológica, que é a área que tem maior procura e maior mercado. Estamos a trabalhar nessa restruturação, num programa que acaba por dar oportunidade a esses jovens de conhecer, de aprofundar mais nessa área”, aponta.

Também há o desafio de fazer uma reestruturação do próprio programa provendo de mais capacitação e mais competências.

“Certamente que com a nossa ida ao Parque Tecnológico teremos mais margem para trabalhar nessa reestruturação. Internamente, estamos a trabalhar num projecto de INOVATION LAB, que também vai abranger não só o NOSiAkademia, o WEBLAB e outras estruturas internas com desafios bem definidos para os jovens, no sentido de desenvolverem projectos de investigação”, frisa.

Bolsas e subsídios

Os estagiários do NOSiAkademia recebem uma bolsa mensal de 20 mil escudos. E os jovens que chegam das outras ilhas recebem um subsídio adicional, para além dos 20 mil escudos.

“É precisamente para apoiar em todo o processo de logística para que tenham a melhor integração possível aqui na Praia, que é o local de estágio. Além de que fazermos acompanhamentos individuais para saber como eles estão integrados”, garante Andrade.

Muitos desses jovens, continua, ficam com os familiares, que também apoiam. Já aqueles que não têm familiares na cidade, juntam-se com outros colegas.

“Mas, sempre com o nosso apoio e o nosso monitoramento para garantirmos que pelo menos as questões de logística sejam salvaguardadas e que estejam psicologicamente bem, para executar bem as suas tarefas e ter o desempenho que é exigido”, concluiu.

Expectativas

Suila Gomes Soares, formada em Engenharia Eletrotécnica ramo energia conheceu o NOSiAkademy através de amigos que também passaram pelo programa. Submeteu a candidatura e foi seleccionada.

Hoje, depois de uma semana no programa, diz estar a aprender a lidar com a ansiedade e a lidar consigo mesma.

“Tenho problemas em falar em público. Tenho problemas de ansiedade em todas as tarefas por realizar na vida. Desde que entrei comecei a melhorar e quero dar o meu melhor nesse estágio e colocar em prática todo o conhecimento que adquirir. Tentar aprender com eles e sair daqui capacitada para o mercado de trabalho, ou ficar aqui a trabalhar”, manifesta.

Na mesma linha, Héder Moreira, formado em Engenharia de Informação e Comunicação foi seleccionado para o programa e espera entrar na estatística dos empregados.

“A minha expectativa com esse projecto é ter uma oportunidade de aplicar o máximo possível do que aprendi e estar pronto para aprender aquilo que o NOSi tem para dar. Porque já é sabido que o NOSi é de renome nacional e até mesmo internacional. Então, tenho que começar, continuar e até mesmo finalizar uma careira, é o lugar para tal”, considera. 

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1108 de 22 de Fevereiro de 2023.

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Autoria:Sheilla Ribeiro,26 fev 2023 7:53

Editado porAndre Amaral  em  16 nov 2023 23:28

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