Informação avançada hoje pelo Instituto Nacional de estatísticas em conferência de imprensa. Conforme lembrou o vice-presidente do INE, Fernando Rocha, o inquérito, que teve início em Dezembro do ano passado, está actualmente em andamento e tem seu término previsto para Dezembro deste ano.
Durante a apresentação dos dados, a coordenadora técnica do IV IDRF, Teresa Moniz, informou que no primeiro trimestre a pobreza extrema foi de 11,8% e no segundo trimestre 9,4%.
Em termos de meio de residência o meio urbano tem uma taxa ligeiramente menor, 11,5% da pobreza extrema e para o meio rural 12,2%. Em termos global, o urbano tem 21,8% e rural 23%.
“No segundo trimestre a diferença não é muito grande, considerando a pobreza extrema de 8,7% para o meio urbano e 10,6% para o meio rural. Em termos global temos 20,8% para o meio urbano e 19,2% para o meio rural. A diferença em termos da taxa global é ligeiramente maior no primeiro trimestre em relação ao segundo”, apresentou.
Em termos de ilhas, Boa Vista chegou a 47% de população em situação pobreza, na estimativa global, e no segundo trimestre ficou em 28,6%. Ainda em termos global a pobreza na ilha de Santo Antão, no primeiro trimestre, ficou em 11% e no segundo em 9,6%. Em São Vicente este taxa foi de 24,3% no primeiro trimestre e 14% no segundo.
Já em São Nicolau a pobreza global ficou em 29,3% no primeiro trimestre e 28,6% no segundo. No Sal, a pobreza global situou-se em 23,1% no primeiro trimestre e 14,9% no segundo. No Maio, a pobreza global estava em 25% no primeiro trimestre e aumentou para 38,8% no segundo trimestre.
Em Santiago, a mesma taxa esteve em 18,9% no primeiro trimestre e manteve-se em 18,9% no segundo trimestre. Por sua vez, no Fogo a taxa foi de 20,7% no primeiro trimestre e aumentou para 27,9% no segundo. Finalmente, na Brava, no primeiro trimestre a pobreza global situou-se em 44,5% e no segundo trimestre em 36,4%.
“No que se refere à pobreza extrema a Boa Vista também liderou no primeiro trimestre com 27,9% no primeiro trimestre e depois baixou para 6,3% no segundo trimestre. Em Santo Antão, os dados apontam para 6,3% famílias na pobreza extrema no primeiro trimestre e 5% no segundo. Em São Vicente, esta taxa ficou em 13,7% no primeiro trimestre e 4,5% no segundo trimestre”, prosseguiu.
Já em São Nicolau o nível da pobreza extrema foi de 16,2% no primeiro trimestre e 14,8% no segundo. No Sal, 8,1% no primeiro trimestre e 7% no segundo. Já no Maio, 7,5% da população estava em situação de pobreza extrema no primeiro trimestre e 11,5% no segundo trimestre. Em Santiago, esta taxa foi de 10,2% no primeiro trimestre e 10% no segundo.
Nas ilhas de Fogo e Brava a taxa de pobreza extrema esteve em 13,8% e 16,8% respectivamente no primeiro trimestre. No segundo trimestre, a taxa foi de 14,6% para Fogo e 12,1% para Brava.
Durante a conferência de imprensa, Fernando Rocha destacou a colaboração técnica com o Banco Mundial, permitindo a trimestralização da amostra utilizada no IV IDRF e enfatizou a importância de apresentar resultados parciais à medida que o inquérito prossegue no terreno.
Rocha começou por esclarecer que as informações apresentadas são estimativas e reafirmou a decisão de utilizar o limiar estabelecido no último Inquérito às Despesas e Receitas das Famílias, realizado em 2015.
Segundo explicou, essa escolha foi motivada por recomendações técnicas do Banco Mundial, que desaconselharam uma actualização do limiar antes do término da operação em curso.
“Os dados preliminares revelam uma tendência encorajadora de diminuição da pobreza, tanto absoluta como extrema, ao comparar os dois primeiros trimestres de 2023. A incidência da pobreza parece ser maior nas zonas rurais”, declarou.
O Vice Presidente do INE destacou que esses resultados preliminares são um importante indicativo do progresso social alcançado, mas também ressaltou a necessidade de análises mais abrangentes e aprofundadas antes de se tirar conclusões definitivas sobre a evolução da pobreza no país.