"Pensamos que essa medida é justa e que todos os anos deverá haver acréscimos para melhorar e dignificar ainda mais os salários", disse à Lusa o presidente da Confederação Cabo-verdiana dos Sindicatos Livres (CCSL), José Manuel Vaz.
O dirigente apontava para um salário mínimo de 24 mil escudos, mas reconheceu que o país tem as suas dificuldades e que o aumento proposto até 2025 "é uma boa medida".
Do lado dos empresários, o presidente da Câmara de Comércio de Barlavento (CCB), Jorge Maurício, considerou que o aumento deverá trazer algum esforço às empresas, mas contribuirá para uma melhor dinâmica económica.
"É sempre uma boa medida. O rendimento das famílias contribui directamente para o crescimento da economia", salientou.
Ressalvou, no entanto, que não pode haver medidas "bruscas" ou que tornem insustentável o cumprimento das obrigações por parte das entidades patronais.
"Nós não podemos viver com baixos salários, é preciso exigir. Se nós queremos uma sociedade mais justa, se nós estamos a progredir para ter sempre uma condição de vida melhor, nas empresas, nas organizações, de uma forma geral, é natural que seja assim", acrescentou.
O presidente da Câmara de Comércio de Sotavento (CCS), Marcos Rodrigues, congratulou-se com o aumento do salário mínimo.
"Nós não somos contra a melhoria do salário dos recursos humanos, somos, sim, a favor de um ecossistema geral em que se possam proporcionar aos empresários melhores resultados", afirmou.
No entanto, disse que há várias questões que terão de ser analisadas com profundidade, como a tributação, e ver o que pode ser melhorado.
"Hoje, mais do que nunca, as empresas têm missões diferentes daquelas que tinham há 30, 40 anos atrás", comentou.
A Lusa tentou ouvir a União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde, Central Sindical (UNTC-CS), mas não obteve resposta.
O Governo defendeu na segunda-feira que o salário mínimo seja unificado nos 17.000 escudos (154,64 euros) em 2025, um aumento de 50% desde a sua criação, em 2014.
“O que queremos é unificar o salário mínimo em 2025”, referiu o ministro das Finanças, Olavo Correia numa conferência de imprensa de apresentação do Orçamento de Estado (OE) para 2024.
O documento prevê, já para o próximo ano, um aumento de 14.000 para 15.000 escudos no sector privado e de 15.000 para 16.000 na administração pública.