A acta da fundação do novo organismo foi assinada na Gare Marítima da Madeira, no Funchal, por Paula Cabaço, presidente da APRAM – Administração dos Portos da Madeira, Pedro Suaréz, da Autoridad Portuaria de Tenerife, Beatriz Calzada, da Autoridad Portuaria de Las Palmas, e Ireneu Camacho, presidente do conselho de administração da ENAPOR – Portos de Cabo Verde.
A Associação Internacional dos Portos das Ilhas da Macaronésia decorre da marca Cruise in the Atlantic Islands, criada em 1994 pelas autoridades da Madeira e de Canárias, e visa, agora com Cabo Verde como parceiro, potenciar o turismo de cruzeiros na região através de uma “redefinição estratégica e nova dinâmica comercial, atendendo às novas tendências, políticas de ‘marketing’ e promoção do destino”.
De acordo com dados oficiais, a rota das ilhas atlânticas movimenta aproximadamente três milhões de passageiros por ano, sendo que a Madeira contabilizou em 2022 cerca de 500 mil.
A região da Macaronésia é constituída pelos arquipélagos da Madeira, Açores (que não integra a nova associação), Canárias e Cabo Verde.
O presidente do Governo da Madeira, Miguel Albuquerque, que esteve presente na cerimónia de assinatura da acta da fundação da associação, afirmou que a cooperação entre as regiões da Macaronésia ao nível portuário é fundamental para enfrentar a concorrência e tornar os destinos insulares mais atractivos no sector dos cruzeiros.
“Nós temos concorrência e concorrência forte. Lisboa, neste momento, é um concorrente da Madeira. Por conseguinte, nós temos de nos associar no sentido de garantir que os nossos produtos são cada vez mais conhecidos e cada vez mais atractivos”, disse, para logo reforçar: “Temos muito trabalho pela frente, no sentido de garantir que os nossos portos turísticos são cada vez mais atractivos, são cada vez mais eficientes e são cada vez mais interactivos”.
Miguel Albuquerque alertou, por outro lado, para a “necessidade cada vez mais premente” de as ilhas europeias, associadas a Cabo Verde se constituírem como lóbi no contexto da União Europeia, considerando que esta está a “perder o foco nas políticas atlânticas” e a deslocar as atenções para o centro e o leste do continente.
“É fundamental continuarmos a trabalhar no sentido de reivindicarmos a continuação de uma política de coesão efectivam que permite aos cidadãos residentes nas ilhas ter os mesmos direitos, as mesmas garantias e a mesma qualidade de vida”, afirmou, lembrando que as regiões ultraperiféricas da União Europeia representam cerca de 6 milhões de habitantes e contribuem para lhe conferir uma “grande dimensão geopolítica”.
A Associação Internacional dos Portos das Ilhas da Macaronésia está focada na promoção, investigação e formação ao nível portuário e marítimo e no desenvolvimento de iniciativas comerciais, sociais e culturais impulsionadoras do destino turístico de cruzeiros e da sustentabilidade e boas práticas dos portos.
Pretende também fomentar os estudos e o intercâmbio da informação relativa à actividade portuária e de tráfego, bem como a colaboração entre associados, de forma a estimular a criação de itinerários de cruzeiro para as ilhas atlânticas.
A associação quer ainda facilitar a comunicação através do alinhamento de posições sobre questões de interesse comum, apresentando-as em fóruns da especialidade e junto das instituições nacionais e europeias.