De acordo com a agência de informação financeira espanhola, a EFE, os 40 países neste nível defenderam que o facto de um país estar classificado como de rendimento médio "não deve ser um obstáculo que impeça beneficiar de uma ajuda internacional para o desenvolvimento inclusivo".
Na Declaração de Rabat, divulgada hoje no final de uma reunião da Comissão Económica das Nações Unidas para África e do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), os responsáveis defendem também a celebração de "acordos flexíveis de financiamento para o desenvolvimento".
Na declaração, estas quatro dezenas de países reclamam a criação urgente de mecanismos de medição do progresso que não se limitem ao Produto Interno Bruto (PIB) e a adopção de um foco mais integrado da cooperação regional que facilite o acesso a financiamento e cooperação técnica, assim como um apoio justo e inclusivo.
Defendendo uma nova ronda de atribuição de Direitos Especiais de Saque para reduzir a vulnerabilidade dos países em desenvolvimento com elevada dívida e necessidade de liquidez, este grupo reivindicou também o apoio das instituições financeiras e dos bancos multilaterais de desenvolvimento para desenhar e financiar instrumentos e mecanismos de financiamento inovadores, como a conversão de dívida em investimento climático, seguindo o exemplo dos acordos de Portugal com Cabo Verde e com São Tomé e Príncipe.
Para além disto, os países participantes apelaram também a uma mudança de paradigma na cooperação internacional para ultrapassar a "armadilha do rendimento médio" e implementar transições equitativas, inclusivas e justas para o desenvolvimento sustentável.
Neste contexto, de transição de país de rendimento baixo para país de rendimento médio, em que o financiamento se torna mais caro, propõem a criação de um grupo de peritos de alto nível encarregado de desenvolver indicadores multidimensionais que complementem ou vão além do PIB, e a elaboração de um plano de acção estratégico para os países de rendimento médio para o período 2025-2030, escreve ainda a agência EFE.