O governante, que visitou os estaleiros navais na manhã de hoje, relembrou à imprensa que o Governo concedeu na última semana um aval para um empréstimo 65 mil contos destinado a investimentos, mas que, asseverou, será “insuficiente” para uma empresa que “há mais de 30 anos não tinha recebido nem um escudo do Estado”.
Ademais, justificou a mesma fonte, a empresa encontra-se neste momento num processo de “clarificação de gestão” devido a “um conjunto de ruídos de gestão” que fazia com que a própria empresa não facturasse muitos dos trabalhos feitos.
Isto porque, explicou a mesma fonte, havia “uma mistura de interesses” dentro da própria Cabnave, que “permitia que muitos dos navios subissem aos estaleiros e depois deparava-se com desencontros de contas”.
“É preciso fazer com que a empresa seja uma empresa do Estado, que serve sim ao sector privado, mas que o sector privado compreenda que é preciso pagar à Cabnave para que esses serviços sejam feitos”, ajuntou Abraão Vicente, adiantando haver também dívidas do próprio Estado, por exemplo da Cabo Verde Fast Ferry, que “ultrapassam os 40 mil contos”.
E são todos estes factores, que, segundo a mesma fonte, não tem permitido aos estaleiros navais ser uma das empresas mais rentáveis do País.
“Agora, é preciso fazer o nível de investimento. O que nós estamos a fazer agora é apenas para mitigação dos danos e dos estragos de 30 anos sem investimento”, completou Abraão Vicente.
Além de Cabnave, o ministro do Mar visitou hoje as obras do futuro Terminal de Cruzeiros do Mindelo e os estaleiros navais de pesca na Onave, que se fazem parte da agenda de deslocações iniciada na sexta-feira, 03, para se inteirar de projectos do sector sob sua tutela, em São Vicente.