Ainda assim, o valor de remessas (28,6 mil milhões de escudos, equivalente a 260 milhões de euros) é o segundo mais alto dos últimos nove anos, só superado pelo pico atingido em 2022.
As divisas são uma parte das remessas de emigrantes, que inclui ainda outra componente em bens enviados para o arquipélago, mas que não passa pelas contas do banco central.
De uma forma geral, as remessas contribuem para o produto interno bruto (PIB) e servem como fonte de rendimento para as famílias beneficiárias.
De acordo com as tabelas do BCV, a quantidade de dinheiro em moeda estrangeira que os emigrantes enviaram de volta para o país de origem, Cabo Verde, rondou o mesmo valor entre 2015 e 2019 e, depois, disparou durante o período da pandemia de covid-19.
Entre 2015 e 2019, as remessas anuais em divisas oscilaram entre 17 e 18,5 mil milhões de escudos (entre 154 e 167 milhões de euros) e atingiram o valor mais alto em 2022 com 29,9 mil milhões de escudos (271 milhões de euros).
Entre 2015 e 2022, o valor anual de remessas em divisas cresceu 74%.
Portugal e Estados Unidos têm-se alternado como principal país de origem, sendo que ambos correspondem a mais de metade do total de dinheiro estrangeiro enviado para o arquipélago pelos emigrantes, seguidos pela França.
Seguem-se, com menor expressão, os Países Baixos, Itália, Luxemburgo, Suíça, Espanha e Reino Unido.
Quanto aos municípios de destino das remessas, a Praia tem sido o que mais divisas recebe, seguido pelos da ilha de São Vicente e de Santa Catarina de Santiago.
Em 2023, a Praia recebeu um quarto do total do dinheiro estrangeiro enviado pelos emigrantes, cabendo 15% a São Vicente e 11% a Santa Catarina.
Juntos, estes três municípios receberam metade das remessas em divisas enviadas pela diáspora.
Os dados do Banco de Cabo Verde consultados pela Lusa contabilizam apenas os valores em divisas, mas as remessas de emigrantes têm também uma componente em bens, enviados para o país de origem, captada via alfândegas.
O total das remessas enviadas para um país inclui uma parcela de divisas e outra de bens.
No final do último ano, o Governo estimou já terem sido ultrapassados mais de 44.000 milhões de escudos de total de remessas em 2023, superando a estimativa de 41.442 milhões de escudos em 2022.