Electra: Menos cortes de energia em 2023, mas mais prolongados

PorExpresso das Ilhas, Lusa,31 mai 2024 8:32

O número de interrupções gerais no fornecimento de electricidade no país diminuiu 18%, de 2022 para 2023, mas as falhas duraram mais tempo, chegando a 64,2 horas, segundo a eléctrica estatal.

No ano passado, a Electra, empresa na lista de privatizações do Estado, registou um total de 85 interrupções (indicados como 'blackouts', interrupções gerais), em diferentes ilhas, menos 19 que no ano anterior (105), lê-se no relatório e contas, consultados hoje pela Lusa.

No entanto, a duração das falhas de energia aumentou em 25,5%, passando de 3.071 minutos em 2022, para 3.857 minutos no ano passado, equivalente a 64,2 horas, quase três dias.

O número de horas de interrupção de energia foi “inflacionado” pelos cortes na ilha Brava, responsáveis por 2.108 minutos, mais de metade do tempo total sem carga.

Conforme os mesmos dados, a ilha de São Nicolau foi a que registou o maior número de interrupções gerais de energia durante o ano passado (25), totalizando 460 minutos.

Em sentido contrário, registaram-se diminuições em Santo Antão, São Vicente e Santiago que contabilizou apenas quatro interrupções gerais no fornecimento de energia em 2023.

A Electra produziu 572,9 Gigawatts/hora de electricidade, um aumento de 2,9% em relação a 2022, mas quase um quarto dessa produção ainda é perdida (24%) devido a furto e facturas por cobrar.

A empresa melhorou os resultados líquidos em 70%, em 2023, mas ainda continuam negativos em 232 milhões de escudos, de acordo com o mesmo relatório e contas.

A partir de sábado, a Electra divide-se em três, em resultado da extinção das filiais Norte e Sul e da sua cisão.

A separação resultou na criação da Empresa de Produção de Electricidade de Cabo Verde (EPEC SA), da Empresa de Distribuição de Electricidade de Cabo Verde (EDEC SA) e do Operador Nacional do Sistema Eléctrico de Cabo Verde (ONSEC SA).

A EDEC e a EPEC vão ser privatizadas, enquanto a ONSEC vai manter-se na esfera pública, controlando todas as operações de sistema eléctrico cabo-verdiano.

Com um capital social de 1,6 mil milhões de escudos, a Electra tem cerca de 200 mil clientes e 826 trabalhadores.

A estrutura accionista é composta pelo Estado (77,7%), Instituto Nacional de Previdência Social (INPS – 16,6%) e os municípios (5,7%). 

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,31 mai 2024 8:32

Editado porAndre Amaral  em  31 mai 2024 16:45

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