Este ano não se fugiu à regra contudo, parece que finalmente se começa a passar dos discursos à acção. A Rede de Mulheres Parlamentares Cabo-verdianas (RMPCV), o Instituto Cabo-verdiano de Igualdade e Equidade de Género (ICIEG) e a ONU Mulheres acabam de assinar um Memorando de Entendimento para a implementação do Plano de Ação de Advocacy da Lei de Paridade. Os partidos e actores políticos revezam-se em declarações sobre o tema e, pela manifestação de tantas vontades adivinha-se que a meta apontada pelos signatários do referido Memorando de ter a lei aprovada em 2019 será finalmente realidade.
Também neste número, a entrevista com o autarca Herménio Fernandes: “A minha ambição é colocar São Miguel entre os cinco municípios com os melhores indicadores económicos e sociais”. Até há pouco tempo considerado um dos municípios mais pobres de Cabo Verde, nos dois anos que está à testa da Câmara Municipal de São Miguel, Herménio Fernandes imprimiu no concelho uma nova dinâmica que se tem traduzido em ganhos em vários sectores. Fernandes acredita que com os projectos em curso em vários sectores, o município vai dar um salto qualificativo nos próximos oito anos.
Francisco Tavares consultor do Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável: “A regionalização não é uma aventura”. Para o consultor Francisco Tavares é chegado o momento de avançar com “uma segunda vaga de descentralização” em Cabo Verde. Trata-se, acima de tudo, de uma necessidade que se impõe no sentido de melhorar a eficiência do Estado e reduzir as assimetrias regionais. E, embora reconheça que a discussão em torno da Regionalização e referente proposta de lei ainda vai ser longa, considera que é preciso agir com rapidez, não protelando esta reforma de Estado que na linha do que aconteceu em 1992 com a criação das autarquias, certamente, vai trazer ganhos para todo o país.
Ainda a digitalização da indústria em África: Uma janela de oportunidade com o tempo contado. A digitalização vai transformar a indústria a nível global. Mas, os países africanos são menos digitalizados e têm impactos menores quando instalam tecnologia. Esta é uma das conclusões saídas do estudo Digitalização e o Futuro da Manufactura em África, feito por Karishma Banga e Dirk te Velde, e publicado esta semana pela ODI (Overseas Development Institute, um think tank independente, com base no Reino Unido, especializado em questões humanitárias e de desenvolvimento). A mensagem chave deste documento é que os governos precisam de se preparar melhor para o futuro digital. À medida que os países africanos estão a adaptar-se ao futuro digital, há uma oportunidade para desenvolverem os sectores menos automatizados, onde a instalação da tecnologia tem sido mais lenta. Mas esta janela de oportunidade deverá ser inferior a 30 anos.
Transportes marítimos: Concurso para concessão pode ser suspenso. Recurso apresentado por um dos concorrentes à Agência Reguladora das Aquisições Públicas (ARAP) pode fazer recuar o concurso internacional para a exploração dos transportes marítimos em Cabo Verde.
Na cultura, “Crónicas do Mindelo”: Mindelo em nome próprio. A peça, escrita por Rocca Vera Cruz e encenada por João Branco, é uma alegoria da cidade que lhe dá nome. Uma cidade de esquinas, botequins, bares, praças, segredos e gente sem papas na língua. “Crónicas do Mindelo” reúne num só palco 13 actores, de diferentes gerações.
No interior, a opinião de José Almada Dias, A hora da regionalização na nação Verdiana; de César Monteiro, Luís Lobo: uma voz vibrante da rádio e da música; e de Edson Brito, A morna aos olhos do outro.